Que espécie é esta: sapo-parteiro

O leitor Leonel Soares viu este anfíbio em Gondomar em meados de Setembro de 2021 e quis saber qual a espécie. Rui Rebelo responde.

“Sou um amante da natureza e curioso desde pequeno”, escreveu o leitor à Wilder. Por vezes encontra animais que não conhece, como este sapo que encontrou “no meu local de trabalho em Gondomar. É uma zona onde o nível freático é muito elevado e o terreno ao lado da empresa tem uma presa de água”.

Trata-se de um sapo-parteiro (Alytes obstetricans).

Espécie identificada e texto por: Rui Rebelo, investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Este registo “é algo bem interessante! Trata-se de um sapo-parteiro, Alytes obstetricans. Há duas espécies de sapo-parteiro em Portugal, que não são fáceis de distinguir, mas em Gondomar só existe esta. Estes sapinhos são pequenos, mesmo em adultos e o indivíduo da foto pode já ser um adulto. É uma espécie que se está a tornar mais rara; é bom saber que ainda existe perto de zonas urbanas”, explicou Rui Rebelo.

O sapo-parteiro-comum, presente em vários países europeus, pode ser observado principalmente nas serras do Norte do país (e também na Serra de Sintra).

Os machos desta espécie carregam um fio de ovos fertilizados, enrolados à volta das pernas, para os proteger de predadores. 

Esta espécie prefere massas de água permanente, como ribeiros, charcos e tanques.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.