Que espécie é esta: trevo-estrelado

O leitor Diamantino Silva fotografou estas flores num passeio pelo campo em Lousa/Loures a 3 de Maio e quis saber qual a espécie. Carine Azevedo responde.

Trata-se de um trevo-estrelado (Trifolium stellatum).

Espécie identificada e texto por:  Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

A estrutura floral das fotografias pertence ao trevo-estrelado (Trifolium stellatum), da família Fabaceae

É uma espécie predominantemente mediterrânica, nativa da Macaronésia, sudoeste asiático, centro e sul da Europa e norte de África.

Em Portugal ocorre naturalmente um pouco por todo o território continental, excepto no litoral norte e também se desenvolve espontaneamente no arquipélago da Madeira. É comum em solos secos e pedregosos ou arenosos, pastagens e prados xerófilos, montados, terrenos incultos e na berma de caminhos.

O trevo-estrelado é uma planta anual de folhas compostas por três folíolos em forma de coração, peludas e com longos pecíolos.

As flores surgem entre março e maio. A corola é composta por cinco pétalas, de cor branca a rosada, por vezes púrpura. As flores agrupam-se em inflorescências do tipo capítulo, são terminais e solitárias. O cálice (estrutura que protege a corola) é composto por cinco sépalas muito peludas e de cor verde. Durante a maturação o cálice torna-se bastante vistoso, apresentando-se vermelho, com pelos brancos nas margens e com forma estrelada.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.