Que espécie é esta: tripa-de-ovelha

O leitor Valdemar Barbosa Leitão fotografou esta planta em Alcains, Castelo Branco, a 20 de Maio e pediu para saber a que espécie pertence. Carine Azevedo responde.

“Durante as minhas caminhadas encontro nas bermas da estrada uma grande variedade de plantas. Em 20 de maio de 2022 fotografei esta planta que fazia em lindo maciço à beira da estrada de Santa Apolónia, Alcains, Castelo Branco. Tem uma estrutura arborescente mas não é um arbusto. Qual o nome?”, perguntou o leitor à Wilder.

Tratar-se-á de uma tripa-de-ovelha (Andryala integrifolia).

Espécie identificada e texto por: Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

Tudo indica que se trata de Andryala integrifolia, uma espécie da família Asteraceae, vulgarmente conhecida como alface-do-monte ou tripa-de-ovelha.

É uma espécie nativa da Macaronésia e da região oeste e central do Mediterrâneo. Em Portugal continental é comum em todo o território. Também ocorre no arquipélago dos Açores, onde terá sido introduzida.

Esta planta é frequente em terrenos secos, arenosos ou pedregosos, na berma de caminhos, terrenos incultos ou em pousio, em campos agrícolas e pastagens.

Andryala integrifolia é uma planta herbácea, que pode crescer entre 30 a 70 cm de altura. Possui folhas basilares, mais ou menos persistentes, planas ou onduladas e oblongas a oblanceoladas.

As flores surgem entre junho e agosto, agrupadas em inflorescências – capítulos, dispostos em corimbos, mais ou menos frouxos. As flores são liguladas e amarelas.

O fruto é uma cipsela oblonga, com papilho de pêlos acinzentados.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.