Que espécie é esta: vespa-asiática

A leitora Catarina Freitas fotografou esta vespa e este ninho em Abela, Santiago do Cacém, a 4 de Setembro e quis saber qual a espécie. Albano Soares responde.

“Encontrei este ninho de vespas no Alentejo, meio comido e com as vespas mortas. Mas não faço ideia que espécie de vespas são, conseguem ajudar-me?”, perguntou a leitora à Wilder. 

Tratar-se-á de uma vespa-asiática (Vespa velutina).

Espécie identificada por: Albano Soares, Rede de Estações da BiodiversidadeTagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

“Parece Vespa velutina, mas não consigo ver bem o adulto”, disse Albano Soares.

A vespa-asiática é uma espécie exótica (não-indígena) e que tem um carácter invasor. Apareceu no Alto-Minho na primeira década deste século (XXI) e desde então tem sido reportada em diferentes locais do país.

Segundo este investigador, num artigo publicado anteriormente na Wilder, “apesar de dolorosa, como a de outras espécies, a sua picada [da vespa-asiática] só se torna potencialmente perigosa se a vítima for alérgica e desencadear um choque anafilático com consequências fatais”. “Como no caso das outras vespas, recomenda-se prudência na aproximação de uma colónia destas espécies”, aconselhou.

Esta espécie é também um um grande predador de outros insectos com impacto negativo nas comunidades de polinizadores nativos, inclusive nas populações da Abelha do mel (Apis mellifera) onde a predação pode levar a grandes prejuízos económicos.

É um insecto social. Na Primavera e Verão, os ninhos de pasta de papel podem conter centenas de indivíduos. As rainhas sobrevivem ao Inverno num ninho primário, pequeno e mais perto do solo.

Ainda assim, é necessário ter cuidado para não a confundir com espécies de vespas nativas de Portugal, importantes para a manutenção da biodiversidade. Descubra aqui como distinguir a vespa-asiática da vespa-europeia.

A leitora pode registar o seu avistamento no site do STOPvespa, do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

No caso de estar na presença de um ninho, é preciso contactar a Protecção Civil da área afectada.

Descubra também o que  devemos fazer se encontrarmos uma vespa asiática.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.