Que espécie é esta: vespa-do-papel

A leitora Maria da Conceição Cruz fotografou estas vespas a 17 de Novembro na Amadora e quis saber qual a espécie a que pertencem. Albano Soares responde.

“Há cerca de uma semana encontrei cerca de uma dúzia de vespas em duas paredes de um quarto no sótão da minha casa, na Amadora. O quarto tem o tecto forrado a madeira, o que não acontece na arrecadação ao lado. Esta arrecadação não é de acesso fácil por ter as paredes extremamente baixas. Toquei nas vespas e elas caíram ao chão, abrindo as asas e movimentando-se muito lentamente. Fiquei assustada, sem saber se mais vespas estariam na arrecadação. Utilizei insecticida no quarto e na arrecadação e não tornei a ver vespas no quarto. Não sei sequer distinguir abelhas de vespas e muito menos se serão europeias ou asiáticas, nem sei o perigo que elas poderão causar. Na arrecadação são visíveis as telhas e o vigamento de madeira. Envio fotografia de três vespas ainda vivas, já tapadas com um copo e ficaria muito reconhecida se pudesse receber qualquer informação sobre as mesmas e se poderão ser perigosas”, escreveu a leitora à Wilder.

Tratam-se de vespas-do-papel (Polistes sp).

Espécie identificada por: Albano Soares, Rede de Estações da BiodiversidadeTagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

Estas são vespas-do-papel, uma espécie muito comum no nosso país. “É nativa e evoluiu aqui há milhões de anos. Está cá antes mesmo da nossa espécie”, explicou Albano Soares.

Estas vespas são insectos sociais.

“Não são perigosas, só picam em caso de stress. Convivemos com elas há milhares de anos sem grandes problemas”, explicou Albano Soares. 

Se forem incomodadas podem atacar com uma ferroada dolorosa. Mas são, geralmente, inofensivas.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.