Que espécie é esta: vespa-europeia

A leitora Maria Emília Barroso observou estas vespas a 17 de Julho em Viseu e pediu para saber qual é a espécie. Maria João Verdasca responde.

“Observei no meu quintal em Viseu esta espécie de vespa que está, penso eu, a fazer ninho num ninho que o meu marido fez para os passarinhos! Não tenho acerteza se é a vespa asiática, por isso não sei se devo matar! Tenho alguma preocupação porque o ninho está num sítio de passagem e gostava de saber o nível de perigo! Se é asiática, a picada é perigosa! Agradeço que me informem! Muito obrigada!”, escreveu a leitora à Wilder.

Trata-se da vespa europeia (Vespa crabro).

Espécie identificada por: Maria João Verdasca, investigadora do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c).

“Não é a Vespa asiática, é a Vespa crabro, uma espécie autóctone com reconhecida importância no controlo de populações de outros insetos”, explicou Maria João Verdasca.

Estas vespas-europeias “não são agressivas, mas se sentirem o seu ninho perturbado podem atacar”.

“Se o ninho estivesse num local que não pusesse em perigo a saúde pública seria de manter. Estando num local de passagem e para evitar risco de picadas, é de ponderar a sua retirada.”

Esta é uma espécie autóctone e tem um papel importantíssimo no controlo de outras espécies.

A principal diferença entre a Vespa crabro e a Vespa velutina (conhecida como vespa asiática) são os segmentos abdominais: quase todos negros na Vespa velutina. Na Vespa crabro só os primeiros são quase inteiramente negros.

Esta última, a Vespa crabro, é “mais amarelada e com patas pretas” e muitas vezes injustamente confundida com a primeira.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.