Foto: Syrio/Wiki Commons

Que espécie é esta: vespa Sclerodermus domesticus

A leitora Patrícia Castilho fotografou agora em Julho uns insectos “horríveis” que todos os anos lhe aparecem no quarto, por esta altura, e pediu ajuda para saber o que são. José Manuel Grosso-Silva responde.

 

“Todos os anos por esta altura aparecem-me no quarto, na cama, uns insectos mínimos, com dois a três milímetros, horríveis, que mordem ou queimam mas com dor, e depois ficamos com uma comichão horrível por dias e muitas vezes no sitio da picada fica marca na pele para sempre”, explicou a leitora na mensagem enviada à Wilder, explicando que mora num 10º andar no centro de Lisboa e pedindo ajuda para como resolver o problema.

Foto: Patrícia Castilho

Trata-se de uma vespa da espécie Sclerodermus domesticus.

Espécie identificada e texto por: José Manuel Grosso-Silva, responsável pelas colecções entomológicas do Museu de História Natural e da Ciência (Universidade do Porto).

Estas vespas são parasitas de carunchos e a sua presença em habitações é, pelo menos nos casos em que ocorre regularmente, um sinal de que existe mobília, soalho ou qualquer outra coisa de madeira com carunchos.

Os carunchos são escaravelhos muito pequenos, com poucos milímetros de comprimento, que escavam túneis na madeira durante a fase larvar. As vespas procuram as larvas dos carunchos e fazes nestas as suas posturas, alimentando-se as larvas de vespa das larvas de caruncho.

A solução para a infestação por vespas Sclerodermus domesticus passa, por isso, pela eliminação dos carunchos, sem os quais as vespas não terão razões para existir nas habitações.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

 

 

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.