Oceanos. Foto: Mobibit/Pixabay

Açores reforçam monitorização de cetáceos, tartarugas e aves marinhas

Um novo protocolo, assinado entre a Secretaria Regional do Mar e das Pescas e a Atlânticoline, quer estudar a megafauna marinha dos Açores a partir de terra e no mar. Está ainda prevista a operacionalização da Rede de Arrojamento de Cetáceos dos Açores.

O protocolo foi celebrado a 10 de Janeiro na cidade da Horta. Este prevê o “estudo da biodiversidade marinha através de observadores embarcados nos navios de transporte de passageiros da Atlânticoline”, entidade responsável pelo transporte marítimo de passageiros, mercadoria e veículos entre ilhas dos Açores, explicou o secretário regional do Mar e das Pescas, Manuel São João, segundo um comunicado do Governo Regional açoriano.

A região quer estudar a megafauna marinha dos Açores a partir de terra e no mar, para resolver a falta de conhecimento sobre o mar profundo e costeiro que ainda existe.

Manuel São João adiantou que a componente marinha do protocolo abrange, entre outros, “a monitorização das espécies de cetáceos, tartarugas e aves marinhas que habitam as águas do arquipélago, a prevenção do impacto do lixo marinho e o apoio à operacionalização da Rede de Arrojamento de Cetáceos dos Açores”.

Segundo o secretário regional, o protocolo assinado a 10 de Janeiro deve “constituir uma abordagem objetiva, num processo em constante adaptação aos novos desafios que se colocam, na identificação das lacunas a colmatar no futuro e abrindo horizontes a uma cada vez maior e mais alargada participação dos diversos ‘stakeholders’”.

O protocolo celebrado entre a Secretaria Regional do Mar e das Pescas e a Atlânticoline insere-se no âmbito do projeto LIFE-IP Azores Natura, que é o “maior projeto de conservação da natureza alguma vez executado na Região, representando, na sua componente marinha, um investimento de mais de quatro milhões de euros”, salientou Manuel são João.

Segundo o actual Programa de Governo regional dos Açores, “parte fundamental do valor do mar consiste na sua biodiversidade e riqueza natural”. Por isso afirma querer apostar numa “verdadeira política de defesa dos nossos ecossistemas marinhos e costeiros”.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.