Rinocerontes no Parque Nacional Kruger. Foto: Bernard Gagnon/Wiki Commons

África do Sul: número de rinocerontes mortos diminuiu em 2018

O número de rinocerontes mortos na África do Sul diminuiu de 1.028 em 2017 para 769 em 2018, segundo o Departamento de Assuntos Ambientais daquele país.

 

A perda de rinocerontes devido à caça furtiva dentro do Parque Nacional Kruger diminuiu de 504 em 2017 para 421 em 2018, resultado dos esforços a decorrer para tentar controlar a situação.

Ao longo de 2018, foram detidos 229 presumíveis caçadores furtivos que operavam dentro e fora daquela área protegida, mais 40 do que em 2017.

Apesar disso, no Parque Nacional Kruger aumentou a caça furtiva a elefantes, com 71 animais mortos em 2018.

Comentando estes números, a organização World Wildlife Fund (WWF) considera que ainda falta muito para que termine a crise para os rinocerontes africanos. Até porque, salienta, os níveis de pressão da caça furtiva continuam muito elevados em outros países onde os rinocerontes ocorrem.

Ainda que 2018 tenha visto alguns avanços, nomeadamente condenações e detenções, “continua a ser preocupante que se paguem fianças a indivíduos relacionados com cartéis que traficam cornos de rinoceronte”.

“O facto de que tenhamos perdido menos rinocerontes na África do Sul em 2018 é uma boa notícia e devemos felicitar o árduo trabalho e compromisso de todas as pessoas que o permitiram”, comentou Jo Shaw, responsável pelo programa da WWF Internacional para os rinocerontes africanos.

“Mas o estado geral das nossas populações de rinocerontes continua a ser preocupante. Precisamos de um compromisso continuado para abordar os desafios sistémicos que os rinocerontes enfrentam em toda a região.”

Para Margaret Kinnaird, coordenadora na WWF para os projectos dedicados à vida selvagem, “a corrupção continua a ser uma parte importante do desafio que é a caça furtiva de rinocerontes e o tráfico de produtos derivados da vida selvagem”.

Esta especialista defende que é preciso “encontrar soluções para dar poder às pessoas que trabalham e vivem perto das áreas protegidas, para que protejam os seus interesses e os da vida selvagem, incluindo ajudar a identificar quem viola a lei”.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.