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Área do Jardim Botânico do Faial vai quase duplicar

Deverão estar concluídas em Maio as obras de ampliação do Jardim Botânico do Faial, previu o director regional do Ambiente. A nova área vai receber o Orquidário dos Açores e a reinstalação do Banco de Sementes dos Açores.

 

As notícias foram dadas pelo director regional do Ambiente, Hernâni Jorge, durante uma vista às obras que vão quase duplicar a área do Jardim Botânico do Faial, que passará dos actuais 8.000 m2 para cerca de 15.000 m2.

A intervenção, orçada em cerca de 650 mil euros, vai possibilitar ao Jardim Botânico receber uma área dedicada às espécies agrícolas tradicionais e novos espaços de reprodução de habitats e zonas húmidas.

“Estas intervenções contemplam ainda a reinstalação do Banco de Sementes dos Açores, criando melhores condições para a preservação do nosso património genético”, disse Hernâni Jorge, em comunicado. Este Banco de Sementes, criado em 2003, tem como objectivo recolher e manter uma coleção de sementes viáveis das espécies mais raras dos Açores.

O novo Orquidário dos Açores terá uma área de 900 m2 e receberá uma coleção de mais de 7.000 orquídeas de quase 800 variedades diferentes.

 

 

Depois dos trabalhos de construção civil, e até ao Outono, seguem-se os trabalhos de plantação, instalação dos habitats e das estruturas informativas e interpretativas e de organização das exposições, adiantou.

Segundo Hernâni Jorge, estas intervenções são importantes para o “incremento dos projetos de conservação ‘ex situ’ a cargo da Direção Regional do Ambiente, no contexto de uma política efetiva de conservação da natureza e de valorização do património natural dos Açores”.

O Jardim Botânico do Faial, aberto desde 1986, fica numa antiga exploração agrícola de pastagens e pomares de laranjeiras da Quinta de São Lourenço, no Vale dos Flamengos. Tem como missão, por exemplo, manter uma coleção de plantas vivas associada à investigação botânica – onde se destacam a conservação de sementes de espécies endémicas e sua propagação, e ainda um herbário – recuperação de habitats e sensibilização para a importância da riqueza florística natural dos Açores.

Em 1995, o Jardim Botânico estendeu-se a outra zona, 60.000 m², localizada na freguesia de Pedro Miguel, a 400 m de altitude. Aqui faz-se a recuperação de habitats e espécies características da Laurissilva húmida e super-húmida.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.