As impressionantes imagens de Natureza que venceram o World Press Photo

Descubra as fotografias que venceram na categoria Natureza a edição de 2019 do maior concurso de fotojornalismo do mundo, o World Press Photo.

 

1º lugar em Histórias: “Falcons and Arab Influence”, por Brent Stirton (Getty Images para a revista National Geographic)

 

Uma fêmea de falcão-sacre (Falco cherrug) com as suas crias em Erdene Sant, Mongólia

 

História: A falcoaria, prática milenar, está a viver um revivalismo internacional, especialmente como resultado dos esforços do mundo árabe. Os falcões criados em cativeiro ajudaram a diminuir o comércio de aves selvagens capturadas na natureza, incluindo várias espécies listadas como ameaçadas. Mas alguns falcões continuam a estar em risco por causa da captura e de outras ameaças humanas, como a electrocussão em linhas eléctricas, a degradação do seu habitat e a utilização de agroquímicos.

 

Falcões-sacre electrocutados em linhas eléctricas mal concebidas numa área de estudo em Ulaanbaatar, Mongólia. Estima-se que, por ano, 4.000 falcões-sacre morram por electrocussão na Ásia Central

 

O criador de falcões Howard Waller usa um chapéu especialmente concebido para recolher esperma de um falcão gerifalte, em Elgin, Escócia

 

Rashid bin Maktoum bin Butti al-Maktoum prende um falcão a um pouso num campo de caça no deserto perto de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos

 

2º lugar em Histórias: “Meet Bob”, por Jasper Doest

 

O flamingo Bob dirige-se para o seu quarto, na casa da veterinária Odette Doest em Julianadorp, Curaçao

 

História: Bob, um flamingo das Caraíbas resgatado, vive entre os humanos na ilha Curaçao. Bob ficou gravemente ferido quando voou contra uma janela de um hotel. A veterinária Odette Doest, que gere o centro de recuperação de animais selvagens da Fundashon Dier en Onderwijs Cariben (FDOC), tomou-o aos seus cuidados. Durante a recuperação de Bob, Odette descobriu que a ave já tinha estado com humanos e que estava acostumada a pessoas. Por isso, não sobreviveria na natureza. Agora, Bob é o embaixador da FDOC e ajuda a chamar a atenção da comunidade local para a importância da conservação da vida selvagem daquela ilha.

 

O flamingo Bob acompanha a veterinária Odette Doest numa visita à Escola Dr Albert Schweitzer em Willemstad, na ilha Curaçao, para educar as crianças sobre os flamingos e o seu habitat

 

Bob nada no mar, sob o olhar atento da veterinária Odette Doest, na ilha Curaçao

 

A veterinária Odette Doest construiu na sua casa uma piscina de água salgada para aves resgatadas, como Bob

 

3º lugar em Histórias: “Wild pumas of Patagonia”, por Ingo Arndt (para a revista National Geographic)

 

Uma jovem fêmea de puma em Torres del Paine, Patagónia, Chile

 

História: Os pumas vivem desde a região de Yukon, no Canadá, ao Sul dos Andes. São capazes de sobreviver numa grande variedade de habitats, desde os desertos e pradarias às florestas e montanhas com neve. Mas, normalmente, são tímidos e procuram distância dos humanos. Torres del Paine, na Patagónia chilena, terá a maior concentração de pumas do mundo.

 

Uma fêmea de puma caça um macho de guanaco em Torres del Paine, Patagónia, Chile

 

Jovens pumas alimentam-se da carcaça de um guanaco adulto, capturado na noite anterior, em Torres del Paine, Patagónia, Chile

 

Um puma macho segue uma fêmea no período de reprodução em Torres del Paine, Patagónia, Chile

 

1º lugar em fotografias singulares: “Harvesting Frog’s Legs“, por Bence Máté

 

Sapos com as patas cortadas debatem-se para se manterem à superfície, depois de terem sido atirados de volta à água em Covasna, Roménia, em Abril de 2018

 

História: as pernas de rãs são, frequentemente, usadas para a confecção de pratos típicos da Primavera na Roménia, quando os machos e as fêmeas se juntam para se reproduzir e pôr ovos. Muitas vezes, as pernas são cortadas enquanto o animal ainda está vivo. Uma pequena parte da população nas montanhas dos Cárpatos vive da recolha e venda de pernas de rãs na natureza. Todos os anos são vendidas pernas de rã no valor de cerca de 40 milhões de dólares (cerca de 35 milhões de euros) e vários países em todo o mundo participam neste comércio.

 

2º lugar em fotografias singulares: “Flamingo socks“, por Jasper Doest

 

Um flamingo das Caraíbas olha para as meias improvisadas, criadas para o ajudar a recuperar de graves lesões nas patas, na Fundashon Dier en Onderwijs Cariben, Curaçao

 

História: Esta ave foi levada de avião da ilha Bonaire para Curaçao, depois de ter passado algumas semanas num centro de recuperação local. Este tipo de lesões são comuns em flamingos que vivem em cativeiro, tendo em conta que estas aves têm patas muito sensíveis. Depois de várias semanas de recuperação em Curaçao, o flamingo foi levado de volta a Bonaire. Estima-se que existam hoje cerca de 3.000 casais reprodutores de flamingos das Caraíbas em Bonaire e mais 300 em Curaçao.

 

3º lugar para fotografias singulares: “Glass Butterfly”, por Angel Fitor

 

Um ctenóforo, da espécie Leucothea multicornis, nas águas ao largo de Alicante, em Espanha

 

História:Leucothea multicornis, tal como outros ctenóforos, é um predador voraz, capaz de capturar as suas presas usando células pegajosas em vez de através de picadas. Pouco se conhece sobre a biologia destas espécies. Uma vez que são criaturas muito frágeis e que recolhem as suas membranas à mais pequena vibração, torna-se extremamente difícil estudá-las e fotografá-las.

 

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

Fique a conhecer melhor o World Press Photo 2019 aqui.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.