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Ribeira. Foto: Helena Geraldes (arquivo)

Associação e população vão recuperar ribeira em Cascais

Dois troços da ribeira de Caparide, ou ribeira de Manique, em Cascais vão ser reabilitados por um novo projecto que arranca já este mês. Estão previstas acções de limpeza e de plantação de árvores nativas como freixos e salgueiros.

O projecto Caparide, Ribeira Viva vai “reabilitar dois troços da Ribeira de Caparide onde a qualidade ambiental e paisagística se encontra comprometida”, explica, em comunicado, a Movimento Azul – Associação para as Ciências do Mar, Comunicação e Desenvolvimento, responsável pela iniciativa.

A Ribeira de Caparide nasce na Cruz Alta (a 270 m de altitude), na vertente nascente da Serra de Sintra. A foz, no mar, localiza-se em Cai Água, a oeste da praia de S. Pedro do Estoril.

As acções previstas na Ribeira são numa primeira fase (a iniciar a 19 de Junho) a limpeza de resíduos e corte de espécies de plantas invasoras (canas-arundo donax e ricino-ricinus communis) e numa segunda fase a plantação de espécies autóctones (freixo, tamargueira, salgueiro, tamujo) bem como, a instalação de sinalética de sensibilização (até Novembro 2021).

Esta intervenção terá aberta à população do concelho de Cascais, em especial nas proximidades da Ribeira de Caparide, comunidade cientifica e divulgadores de ciência a participar em diferentes acções de adaptação local às Alterações Climáticas.

O grande objectivo destas medidas é “preparar territórios naturais e pessoas para um clima que está a mudar”.

No decorrer do projecto serão ainda executadas actividades de sensibilização para a temática do Clima em mudança, da valorização de territórios naturais locais e a importância da conservação da sua biodiversidade através de: conversas sobre o Clima, saídas de campo para exploração dos ambientes rípicolas, exposição de fotografia itinerante, construção e colocação de placas de sensibilização ambiental.

A Movimento Azul conta com a colaboração/participação de outras associações da sociedade civil parceiras no projecto – Escola 31 de Janeiro, CulturSol – Cultura e Solidariedade, Ludoteca da Adroana – Fundação Champagnat, Cruz Vermelha Portuguesa (Adroana), Agrupamento 71 Parede do Corpo Nacional de Escutas.

O projecto Caparide, Ribeira Viva tem apoio do Fundo Adapt Cascais, da Câmara Municipal de Cascais.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.