Botânicos descobrem nova espécie de orquídea “diabólica”

Uma equipa de botânicos descobriu nas florestas da Colômbia uma nova espécie de orquídea, com flores em vários tons de rosa. E um olhar mais atento surpreende qualquer um. Uma pequena cabeça diabólica surge meio escondida nas flores desta planta.

 

A orquídea Telipogon diabolicus, que atinge uma altura de entre 5,5 e 9 centímetros, foi encontrada por Marta Kolanowska e Dariusz Szlachetko, ambos da Universidade polaca de Gdansk, e pelo colombiano Ramiro Medina Trejo. Os investigadores foram surpreendidos pela cabeça demoníaca meio escondida no centro das pétalas, daí o seu nome científico.

 

Foto: Marta Kolanowska
Foto: Marta Kolanowska

 

No artigo que descreve a nova espécie, publicado agora na revista PhytoKeys, os autores explicam que encontraram esta orquídea epífita (que vive sobre outra planta) numa floresta húmida montanhosa entre as regiões de Putumayo e Nariño, no Sul da Colômbia.

Durante os trabalhos de campo, os botânicos apenas conseguiram encontrar uma única população, com cerca de 30 orquídeas, das quais poucas eram plantas adultas com flor. Além disso, esta população encontra-se num “habitat muito vulnerável perto de uma estrada principal”, alertam os investigadores. “É expectável que a actual reconstrução desta estrada venha a ter um impacto negativo no habitat da Telipogon diabolicus”, acrescentam.

Por isso, a espécie está assinalada como Criticamente em Perigo na Lista Vermelha da União Internacional de Conservação da Natureza (UICN).

Actualmente, o catálogo das plantas da Colômbia tem quase 3.600 espécies de orquídeas. Mas os autores salientam que, “sem dúvida, centenas de espécies ainda estão por descobrir neste país”. Só em 2015 mais de 20 novas espécies foram publicadas, com base em material recolhido na Colômbia.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.