ramos de um arbusto

Cátedra UNESCO em Biodiversidade da Universidade de Coimbra renovada até 2021

Durante mais quatro anos, a universidade vai promover a biodiversidade a nível nacional, local e regional e concretizar os objetivos mundiais de desenvolvimento sustentável.

 

A Cátedra UNESCO em Biodiversidade e Conservação para o Desenvolvimento Sustentável foi concedida em 2013. Agora foi renovada até 2021, revelou a Universidade de Coimbra, em comunicado, no início deste mês.

“A renovação da cátedra é um reconhecimento pelo trabalho que temos vindo a fazer e é com grande satisfação que o registamos”, comentou Helena Freitas, a responsável da cátedra. “É também um estímulo a continuarmos a fazer a nossa aposta na transferência do conhecimento e no conhecimento como veículo para transformarmos a sociedade: traz-nos ânimo para fazer mais e melhor.”

Segundo a Universidade, a Cátedra é uma plataforma entre Portugal e outros países lusófonos de investigação, formação, informação e comunicação de ciência, dedicada à biodiversidade, ecologia, conservação e desenvolvimento sustentável.

Procura concretizar os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030 da ONU e promover a biodiversidade a nível nacional, local e regional. “Acreditamos que, através da educação e do conhecimento, as universidades podem e devem ajudar a transformar o mundo”, acrescentou Helena Freitas.

Um dos objectivos é que o trabalho dos investigadores – nas áreas da biodiversidade, da importância dos recursos naturais, da agricultura, das florestas, da aquacultura, das pescas – “seja de facto relevante nos domínios transformadores do mundo”.

Por exemplo, no início deste ano lectivo, a Cátedra lançou o programa “Livros que nos fazem crescer”. O objetivo do projeto – em conjunto o Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra – é promover junto dos alunos do 1.º ciclo do enino básico os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável fixados pela ONU. Foram escolhidos 17 livros, um por cada um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Em cada livro, há uma história para descobrir a meta a atingir, seguindo-se de uma atividade a desenvolver em sala de aula.

Helena Freitas acredita que o período de acção desta Cátedra UNESCO se vai prolongar para lá de 202, término do vínculo após esta renovação. “O conhecimento é uma chamada de corresponsabilização para a construção de uma sociedade mais justa e mais ecológica. Isso também passa pelos próprios investigadores e professores. E nós queremos ser agentes dessa mudança, à nossa escala de intervenção”.

O Programa de Cátedras UNESCO foi criado em 1992 para promover a cooperação e interligação entre universidades, a nível internacional, para reforçar as capacidades institucionais através da partilha de conhecimento e do trabalho colaborativo.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.