um grupo de corujas
Corujas-das-torres em recuperação no CERVAS, em Gouveia. Foto: CERVAS

Centros de recuperação de fauna vão receber 350 mil euros do Fundo Ambiental

A assinatura dos contratos com os centros que fazem parte da Rede Nacional de Centros de Recuperação para a Fauna aconteceu a 22 de Novembro em Castelo Branco.

Estes contratos resultam do Aviso nº 13023/2019 do Fundo Ambiental para a atribuição de apoios aos centros que tratam e recuperam animais selvagens da fauna portuguesa.

“O Estado estava em falta para com estas organizações e pelo excelente trabalho que têm feito”, disse, no final da assinatura dos contratos, o secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, João Paulo Catarino.

Foram assinados nove protocolos pela associação ambientalista Quercus, as Câmaras Municipais de Lisboa e de Vila Nova de Gaia, a associação ALDEIA, a Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Trata-se de apoio a fundo perdido de parte do investimento a realizar pelas entidades gestoras de centros de recuperação para a fauna.

Segundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), esta iniciativa pretende “contribuir para a gestão dos centros de recuperação para a fauna selvagem”, “apoiar a recuperação de infraestruturas” e a “aquisição de bens e serviços necessários ao seu funcionamento”.

“Tendo um instrumento como o Fundo Ambiental, estamos em condições de apoiar, de uma forma diferente” estas organizações, “até porque as exigências são cada vez maiores nesta área”, explicou João Paulo Catarino.

O Secretário de Estado sublinhou que são estas organizações “que estão no terreno e que conseguem fazer o trabalho de forma mais eficiente e rápida do que muitas vezes a Administração Central, com todas as dificuldades que tem”.

João Paulo Catarino disse ainda que a assinatura dos protocolos é também um reconhecimento público do Governo pelo trabalho que estas organizações têm desenvolvido. Apesar de reconhecer que o “dinheiro não é muito”, ainda assim, “é um contributo”.

“Este é o primeiro aviso e certamente que não será o último. É um sinal deste Governo e da Secretaria de Estado para uma parceria que queremos que seja justa”, disse o governante.

A dotação máxima deste aviso é de 400 mil euros, sendo a taxa máxima de cofinanciamento de até 95%, com financiamento limitado a 40 mil euros por projeto.

O Fundo Ambiental é um instrumento financeiro que foi criado em 2016 e está ao serviço da política ambiental, financiando atividades e projetos. Em 2019 estabeleceu 79 protocolos e lançou 20 avisos.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.