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China lança fundo de 201 milhões de euros para protecção da Biodiversidade

O Presidente chinês Xi Jinping anunciou hoje a criação de um fundo de cerca de 201 milhões de euros para ajudar os países em desenvolvimento a protegerem a Biodiversidade.

Xi falava na COP15 (15ª Conferência das Partes da Convenção da ONU para a Diversidade Biológica) em Kunming, na China, onde diplomatas, cientistas e conservacionistas estão a debater um acordo mundial para travar e reverter a destruição da natureza.

“Os países em desenvolvimento precisam de ajuda e esta ajuda e solidariedade devem ser reforçadas para que esses países beneficiem de uma forma mais justa”, disse o Presidente chinês, citado pela agência de notícias Reuters.

Os peritos têm alertado que os esforços da China para conservar a biodiversidade no seu próprio país ainda não foram igualados pelos esforços para tornar os seus investimentos mais limpos e sustentáveis fora de portas.

Para já, este Fundo Kunming para a Biodiversidade vai começar com 1,5 mil milhões de yuans (cerca de 201 milhões de euros). Mas a China convida outras partes a contribuir também.

O financiamento à protecção da Biodiversidade é um dos pontos de tensão desta COP15, com os países em desenvolvimento a pedir aos países ricos para financiarem as suas transições ecológicas.

Além deste Fundo, o Presidente Xi anunciou um plano para consolidar o sistema chinês de parques nacionais. A primeira série de parques irá colocar sob protecção uma área terrestre de 230 mil quilómetros quadrados. Esta área alberga cerca de 30% das espécies selvagens terrestres do país.

A China começou ainda a construir um sistema nacional de jardins botânicos em locais como Pequim e Guangzhou, disse Xi Jinping, citado pela agência de notícias chinesa Xinhua.

Nos últimos 50 anos, a natureza tem sofrido perdas tremendas, com um declínio médio de dois terços nas populações de mamíferos, aves, anfíbios, répteis e peixes, segundo o relatório Living Planet, do ano passado.

Esta perda da biodiversidade está a pôr em risco o bem-estar humano, a afectar o abastecimento de alimentos, a saúde e a segurança, bem como a aumentar a probabilidade de novas pandemias.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.