Cientistas anunciam descoberta de nova espécie de camaleão na Tanzânia

Um camaleão em tons de castanho e verde, com manchas azuladas, foi descoberto nas florestas montanhosas de Udzungwa e nas zonas altas do Sul da Tanzânia. Os investigadores anunciaram que o Kinyongia msuyae é uma nova espécie para a Ciência.

 

Este camaleão ganhou o nome em homenagem a Charles A. Msuya, pioneiro na herpetologia da Tanzânia que recolheu o primeiro espécime conhecido atribuído a esta espécie. O investigador passou a maior parte da sua vida a estudar os répteis e anfíbios daquele país.

Agora, o camaleão é descrito num artigo publicado na revista Acta Herpetologica por uma equipa internacional de cientistas de Itália, Inglaterra e da África do Sul.

 

 

Até ao momento, o camaleão apenas foi encontrado em quatro fragmentos de floresta, dois na região de Udzungwa e dois nas montanhas Livingstone.

Segundo os investigadores, nesta região têm sido descobertas novas espécies nos últimos anos. Em 2003, por exemplo, a Wildlife Conservation Society (WCS) descobriu o kipunji, uma espécie de primata que, afinal, pertence a um género totalmente novo. Mais tarde, em 2012, a mesma instituição descobriu uma nova espécie de cobra.

“Com a sua fauna e flora únicas, esta região merece tanta protecção quanta a que lhe pudermos dar”, comentou Tim Davenport, director do programa da WCS para a Tanzânia, em comunicado.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.