Cinco cágados-mediterrânicos serão devolvidos à natureza no Algarve

Os animais serão devolvidos a 5 de Setembro numa albufeira em São Marcos da Serra (Silves), depois de terem estado em recuperação no Porto d’Abrigo do Zoomarine.

Os cinco cágados-mediterrânicos (Mauremys leprosa) passaram “diferentes e complexos períodos de reabilitação” naquele centro, segundo um comunicado do Zoomarine enviado hoje à Wilder.

“Depois de um Verão intenso para os seus reabilitadores, estes cágados-mediterrâneos, que partilharam espaço com uma rara tartaruga-de-couro (…), voltam ao seu habitat natural, numa tentativa de inverter a tendência de decréscimo dos seus números que se tem verificado nas últimas décadas.”

A devolução à natureza, em parceria com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), terá lugar numa zona tranquila da albufeira da Herdade da Parra, em São Marcos da Serra.

O Zoomarine salienta a importância de não retirar cágados dos seus habitats naturais e de não colocar cágados exóticos em habitats naturais.

O cágado-mediterrânico é, a par do cágado-de-carapaça-estriada (Emys orbicularis), uma das duas espécies selvagens de cágados de Portugal.

Nesta altura do ano, as fêmeas estão a fazer as posturas. Escavam um fosso que cobrem de terra depois da postura, mesmo em locais bastante afastados da água. Será no final do Verão ou no início do Outono que os pequenotes emergem dos ninhos.

O cágado-de-carapaça-estriada está Em Perigo de Extinção por causa da perda do habitat, da concorrência de espécies exóticas, da poluição e captura para fins comerciais; o cágado-mediterrânico não está ameaçado mas a perda de habitat é um problema que poderá levar a um declínio populacional.


Saiba mais.

Descubra aqui seis coisas sobre cágados.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.