Condado inglês aprova plano para insectos polinizadores

O condado de Dorset, no Sudoeste de Inglaterra, aprovou na semana passada um plano de acção para travar o declínio dos insectos polinizadores como abelhas e borboletas.

 

O plano de acção – a ser implementado por todo este condado na costa do Canal da Mancha, onde vivem cerca de 700 mil habitantes – prevê medidas para minimizar os danos a estes insectos e para melhorar os seus habitats naturais. Entre a lista de coisas a fazer está o cultivo de plantas amigas dos polinizadores e o fim da utilização de neonicotinoides, um dos insecticidas mais usados no mundo e que tem sido ligado ao declínio dos polinizadores.

Segundo um comunicado do condado de Dorset, estas acções serão implementadas nas bermas das autoestradas, em sebes que dividem propriedades e nas explorações agrícolas geridas pelo condado. Além disso, serão integradas em qualquer processo público de tomada de decisões na região.

“Os polinizadores são vitais para o nosso ambiente natural e para a nossa economia”, disse Peter Finney, responsável pelo Ambiente, auto-estradas e infra-estruturas do condado. “Estamos a adoptar princípios positivos para tudo o que fazemos no nosso ambiente para ajudar a aumentar o número de abelhas, borboletas e outros polinizadores em Dorset.”

As autoridades da região, com um forte sector agrícola, consideram os polinizadores – como as abelhas, moscas e borboletas (diurnas e nocturnas) – essenciais e lembram que estes animais ajudam as plantas selvagens e as comerciais como o tomate, os morangos e as maçãs. O seu valor para a economia do Reino Unido está estimado em mais de 400 milhões de libras (cerca de 477 milhões de euros) por ano.

Actualmente, os polinizadores estão em declínio um pouco por todo o mundo. As ameaças a estes insectos incluem a perda e degradação de habitats, doenças, alterações climáticas e o uso de pesticidas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.