CTT dedicam nova série às curiosas lebres-do-mar

Três espécies de lebres-do-mar, lesmas marinhas coloridas que vivem em águas portuguesas, foram ilustradas por Fernando Correia, da Universidade de Aveiro.

As espécies escolhidas – Babakina anadoni, Algarvia alba e Felimare picta – são lesmas marinhas intensamente coloridas e com grande diversidade de formas.

Representam as cerca de 150 espécies diferentes de lesmas marinhas que ocorrem em Portugal.

Esta série de etiquetas auto-adesivas ilustradas, lançadas este mês, são as primeiras na história da filatelia dedicadas às chamadas lebres-do-mar.

A ilustração esteve a cargo de Fernando Correia, director do Laboratório de Ilustração Científica da Universidade de Aveiro e docente no Departamento de Biologia.

O trabalho foi “um autêntico desafio de figuração”, explica Fernando Correia, em comunicado. “A riqueza de pormenor de cada espécie que era necessário representar levou-me a estudar a anatomia deste grupo.”

Para o ajudar, Fernando Correia contou com o acompanhamento de um dos especialistas nacionais no estudo deste grupo, Gonçalo Calado, professor da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias.

O autor procurou criar imagens esteticamente interessantes, encerrando em si “o modelo de representação com valor identitário da espécie em causa”.

Ou seja, também neste caso, “mais do que arte, é Ciência visual: é o resultado gráfico de um aturado trabalho de observação e interpretação que permite comparações e análises, capaz de promover discussões e inferir conclusões com valor taxonómico”.

Fernando Correia sublinhou o “poder impactante e de dupla funcionalidade dos selos” ou, neste caso, de etiquetas autoadesivas, que “não só comunicam e dão a conhecer a diversidade da flora ou fauna, como também cumprem o desígnio de alertar para a necessidade de proteger este bem patrimonial”. “Cada emissão representa, no fundo, uma pequena campanha de consciencialização e sensibilização”. 

No seu entender, as lebres-do-mar são “fascinantes embaixadores da biodiversidade e do património português”.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.