Descoberta nova espécie de caboz, chamado Godzilla

O caboz pertence a uma das maiores famílias de peixes do planeta, com 2.000 espécies conhecidas. Agora passa a ter mais um membro. Investigadores descobriram uma nova espécie no Sul das Caraíbas e chamaram-lhe o caboz Godzilla.

 

A descoberta surgiu durante o Deep Reef Observation Project (DROP), lançado pelo Instituto Smithsonian, e foi publicada hoje na revista científica Zookeys por Luke Tornabene, Ross Robertson e Carole C. Baldwin.

Este peixe (Varius lacerta) é amarelo e cor de laranja e tem os olhos verdes; vive a profundidades fora do alcance dos mergulhadores mas demasiado perto da superfície para ter o interesse dos grandes submersíveis.

Este caboz tem uma cabeça desproporcionadamente grande e várias filas de dentes afiados em cada mandíbula. Esta foi uma das razões para a escolha do nome comum, caboz Godzilla.

 

Foto: Carole Baldwin e Ross Robertson
Foto: Carole Baldwin e Ross Robertson

 

Os investigadores encontraram este caboz num recife em Curaçao, ilha do Mar do Caribe, graças ao submersível Curasub, que já os tinha ajudado a descobrir outras espécies no âmbito do DROP. Só este ano a equipa já descreveu nove espécies de peixes.

O Curasub atinge profundidades de 300 metros, à procura de peixes tropicais e invertebrados marinhos. O objectivo é recolher novas informações sobre a fauna que habita nos recifes de profundidade ainda pouco estudados.

O caboz Godzilla é a décima espécie do género Varicus conhecida.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.