Descobertas duas novas espécies de rãs na montanha mais alta de Madagáscar

Uma expedição científica encontrou duas novas espécies de rãs para a Ciência nas florestas da montanha mais alta de Madagáscar.

 

Em 2010, cientistas alemães e espanhóis aventuraram-se pela floresta tropical de muito difícil acesso de Tsaratanana, no Norte de Madagáscar. “Estas montanhas albergam um grande número de espécies nativas e só muito raramente são visitadas por investigadores, uma vez que não existem estradas e quase nenhuns caminhos”, contou David Vieites, um dos autores do estudo e cientista no Museu Nacional de Ciências Naturais de Madrid, à agência SINC.

No estudo, publicado agora na revista Herpetologica, os investigadores dão conta de novas espécies de rãs: Rombophryne ornata e Rombophryne tany.

 

 

“Ambas as espécies vivem no chão da floresta, entre as folhas caídas, e são muito difíceis de observar”, acrescentou David Vieites. A Rombophryne ornata é avermelhada e tem uma marca preta entre os olhos e no dorso. A Rombophryne tany é mais acastanhada.

Para identificar as espécies, os investigadores realizaram análises genéticas, morfológicas e estudaram os sons emitidos pelas rãs.

David Vieites lembrou a “grande diversidade de animais em regiões tropicais que ainda estão por descrever”. E há uma urgência em fazê-lo, porque a desflorestação ameaça fazer desaparecer muitas espécies naquela região. Mas estas duas espécies estão “protegidas” pelos difíceis acessos. “Esperemos que esta área continue virgem por muito tempo.”

 

[divider type=”thin”]Saiba mais.

Conheça aqui o trabalho do investigador português Gonçalo M. Rosa com os anfíbios de Madagáscar, em especial sobre o fungo que pode pôr em risco populações inteiras destes animais.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.