Foto: Interpol

Detidas 89 pessoas em operação da Interpol contra tráfico de vida selvagem

 

Apelidada de ‘Thunderbird’, a nova operação coordenada pela Interpol realizou-se em 43 países e territórios, incluindo Portugal, e resultou também na identificação de quase 900 suspeitos e em 1.300 apreensões de produtos ilícitos, avaliados em 5,1 milhões de dólares (4,8 milhões de euros).

 

O anúncio foi feito pela Interpol, que pretendeu desta forma marcar o Dia Mundial da Vida Selvagem, que se celebra esta sexta-feira.

Ao longo de três semanas, entre o final de Janeiro e o dia 19 de Fevereiro, a operação ‘Thunderbird’ deu origem a 370 investigações, que resultaram até agora na prisão de 89 pessoas. Os períodos de detenção variam entre poucos dias até um total de sete anos.

De acordo com a organização internacional de polícia criminal, esta operação envolveu polícias, alfândegas, autoridades de controlo fronteiriço e agentes ligados à protecção ambiental, da vida selvagem e das florestas.

Entre os animais e produtos apreendidos, contam-se por exemplo 4.770 aves, 1.240 répteis, 100 gatos selvagens, cerca de duas toneladas e meia de marfim e quase três toneladas de escamas de pangolim.

Foram ainda encontrados 60 toneladas de madeira de espécies protegidas e 37.130 produtos derivados e processados, estes últimos utilizados como ornamentos ou para fins medicinais.

“Entre as mais de 14 toneladas de vida selvagem marinha capturada estavam 180 cavalos marinhos mortos que tinham sido escondidos em caixas de aperitivos, descobertos pelas autoridades dos Estados Unidos, além de outros cavalos marinhos apreendidos em Moçambique”, indica a Interpol.

Carros, camiões, lojas de taxidermia e clínicas de saúde foram alguns dos alvos de acções de revista desta operação, que também envolveu a análise de sites e de redes sociais.

“O tráfico ilegal de vida selvagem disparou nos anos mais recentes, gerando milhares de milhões em lucros ilícitos. Colocado de forma simples, os criminosos estão a servir-se eles próprios de recursos naturais preciosos, sem se preocuparem com os custos para o nosso planeta”, nota o secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock.

De acordo com a organização internacional, os dados e informações obtidos nesta operação vão ser compilados e servir de base a novas acções nacionais e internacionais de protecção da vida selvagem.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.