Dez cágados-mediterrânicos devolvidos à natureza no Algarve

Depois de meses em recuperação, 10 cágados-mediterrânicos são devolvidos hoje à natureza, na Estação da Biodiversidade da Ribeira de Quarteira (Algarve).

 

Os cágados da espécie Mauremys leprosa, uma das duas espécies de cágados autóctones de Portugal, estiveram no Porto d’Abrigo do Zoomarine, o centro de reabilitação de espécimes aquáticos do Algarve a funcionar desde 2002, na Guia, em Albufeira. A maioria dos animais deu entrada no centro este ano.

A devolução à natureza começou às 09h10, no Porto d’Abrigo do Zoomarine, e terminou na Estação de Biodiversidade da Ribeira de Quarteira, na Azenha do Castelo, em Paderne.

“No Porto d’Abrigo do Zoomarine permanecerão mais alguns exemplares desta espécie (cuja reabilitação exigirá mais alguns meses de cuidados médico-veterinários, alimentação adequada e descanso), assim como dois exemplares de tartaruga-comum (Caretta caretta)”, revela o Zoomarine em comunicado.

Já a 5 de Outubro do ano passado, este centro tinha devolvido outros nove cágados à natureza, mais concretamente em São Lourenço (Quinta do Lago) e na Mata Nacional da Herdade da Parra (em São Marcos da Serra, concelho de Silves).

O cágado-mediterrânico, ao contrário do que acontece com o cágado-de-carapaça-estriada (Emys orbicularis), não está ameaçado mas a perda de habitat é um problema que poderá levar a um declínio populacional.

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

Descubra mais aqui sobre estes animais e sobre o que se está a fazer para os conservar no Paul da Tornada, um dos poucos locais do país onde podemos encontrar as duas espécies.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.