ramos e folhas de uma árvore aparecem contra o céu

Dia da Terra lança-nos o desafio de plantarmos 7,8 mil milhões de árvores

Esta é a 46ª vez que o mundo celebra o Dia da Terra, iniciativa para inspirar as pessoas a ajudar o planeta. Este ano, com o tema Árvores pela Terra, foi lançado o desafio de, até 2020, plantarmos 7,8 mil milhões de árvores.

 

“O Dia da Terra é mais do que um simples dia, 22 de Abril. É maior do que participar numa manifestação e assumir uma posição”, escrevem os organizadores da iniciativa. “A partir deste Dia da Terra, vamos fazer acontecer grandes feitos. Vamos plantar 7,8 mil milhões de árvores pela Terra”, uma por cada pessoa no planeta. “Sabemos que é incrivelmente ambicioso, mas acreditamos que temos de o fazer para combater as alterações climáticas e evitar que os nossos ecossistemas mais frágeis se extingam.”

Esta é uma campanha a cinco anos, uma espécie de contagem decrescente até 2020, ano em que se comemoram os 50 anos do Dia da Terra. Neste Dia da Terra de 2016, a meta são as 50.000 árvores.

Os organizadores da iniciativa – que apoiam as comunidades locais a cuidar das suas florestas nos seis continentes – explicam que plantar árvores é uma das formas mais fáceis de combater as alterações climáticas.

“As árvores revertem os impactos da degradação dos solos. Dão-nos alimento, energia e receitas”, recordam. Na lista de benefícios do mundo vegetal surgem também a capacidade das árvores em limpar o ar e de nos proteger de furacões e inundações.

Para hoje, a organização desafia os cidadãos a plantarem quatro ou cinco árvores no seu quintal ou mesmo no local de trabalho. O Dia da Terra estima que hoje mais de um milhão de pessoas em 192 países celebrem o dia 22 de Abril com inúmeras acções. Em Portugal estão listadas duas. Em Lisboa decorre o EarthFest 2016 (de 30 de Abril a 1 de Maio), com dezenas de actividades gratuitas e abertas à participação de todos no Centro de Interpretação de Monsanto (Parque Florestal de Monsanto), iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa. A outra realiza-se em Sátão, iniciativa da organização Teens Actions 4 Good.

Enquanto isso, mais de 160 países assinam hoje, a 22 de Abril, na sede das Nações Unidas em Nova Iorque o Acordo Climático de Paris, alcançado em Dezembro passado. “A nossa maior prioridade para este ano é garantir que os Estados Unidos, China, Índia e União Europeia, e todos os maiores emissores de CO2, assinem o Acordo de Paris”, comentou Kathleen Rogers, presidente da Rede Dia da Terra, em comunicado.

O Acordo de Paris foi adoptado por todos os 196 países membros da Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, a 12 de Dezembro do ano passado. No acordo, todos os países aceitaram trabalhar para limitar o aumento da temperatura do planeta abaixo dos 2ºC, tentando chegar aos 1,5ºC.

Espera-se que mais de 165 países assinem hoje este acordo, marcando um recorde para o maior número de países a assinar um acordo internacional num único dia (o recorde actual eram os 119 países que, em 1982, assinaram a Convenção da ONU sobre a Lei do Mar). “O momentum conseguido com tantas assinaturas num único dia dá um sinal claro de solidariedade e empenho”, disse Ban Ki-moon, secretário-geral das Nações Unidas, na sua mensagem pelo Dia da Terra.

“A liderança vinda de cima é crucial. Mas cada um de nós tem o seu papel. Podemos fazer escolhas energeticamente eficientes, deixar de desperdiçar alimentos, reduzir a pegada de carbono e aumentar o nosso investimento na sustentabilidade”, acrescentou, salientando que pequenas acções multiplicadas por milhões, vão conseguir pôr o planeta no caminho da sustentabilidade.

O Acordo de Paris entrará em vigor 30 dias depois de ser assinado por, pelo menos, 55 países responsáveis por, pelo menos, 55% das emissões mundiais de gases com efeito de estufa.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.