Foto: Nanosanchez / Wiki Commmons

Doze detidos e 4.400 répteis apreendidos em operação contra tráfico de espécies na Europa

A operação Blizzard, coordenada pela Europol em 22 países europeus, incluindo Portugal, fez centenas de apreensões e identificou cerca de 200 suspeitos em todo o mundo, foi hoje revelado.

Entre 12 de Abril e 22 de Maio deste ano, a operação Blizzard, coordenada pela Europol e pela Interpol, teve como alvo redes criminosas por detrás do tráfico mundial de répteis.

Os resultados desta operação foram revelados hoje. Cerca de 1.500 cobras e lagartos vivos foram apreendidos por toda a Europa.

A nível global, a operação Blizzard resultou na apreensão de 4.419 animais vivos, incluindo 2.703 tartarugas, 1.059 cobras, 512 lagartos e 20 crocodilos.

Além dos animais vivos, as autoridades apreenderam também 152 malas de mão, carteiras, medicamentos e animais taxidermizados.

As inspecções levaram à detenção de 12 pessoas, seis em Itália e seis em Espanha, segundo um comunicado da Europol.

Este esforço para salvar tartarugas, cobras, camaleões e outros répteis juntou agências de 22 países e implicou centenas de inspecções na União Europeia, concretamente em aeroportos, zonas portuárias, lojas de animais e junto de pessoas que, alegadamente, tinham autorização para ter répteis.

Portugal está entre os países que participaram nesta operação, ao lado da Alemanha, Austrália, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Estónia, França, Hungria, Israel, Itália, Nova Zelândia, Polónia, África do Sul, Espanha, Suécia, Suíça, Ucrânia e Estados Unidos, Bósnia-Herzegovina, Lituânia e Países Baixos.

“O tráfico de vida selvagem aumentou de forma significativa nos últimos anos”, disse, em comunicado, Pedro Felício, responsável pela Unidade de Crime Económico e de Propriedade na Europol.

Todos os anos, as autoridades da União Europeia apreendem centenas de répteis no valor de vários milhões de euros.

“Operações policiais coordenadas globalmente, como a operação Blizzard, estão agora na linha da frente da conservação ambiental”, acrescentou Pedro Felício. “Ainda assim, apesar dos esforços feitos, a ameaça do crime ambiental continua elevada.”

A Europol tem, desde 2017, uma equipa dedicada a combater o crime ambiental, concretamente o tráfico de espécies e crimes relacionados com deposição de resíduos.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.