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Foca-comum (Phoca vitulina). Foto: Andreas Trepte/Wiki Commons

Em Inglaterra, as focas voltaram a nascer no Tamisa

O estuário do Tamisa já foi considerado “biologicamente morto”, devido à caça e à forte poluição que afectava o segundo maior rio do Reino Unido, com os seus 346 quilómetros de extensão. Mas agora há alguns sinais de recuperação.

 

Em contraste com o cenário negro de há 60 anos, uma equipa de cientistas ingleses vai pela primeira vez contar as crias de focas que se reproduzem no estuário, onde desaguam as águas do rio conhecido por atravessar a cidade de Londres.

Segundo uma notícia da BBC, em 2017 contaram-se cerca de 3.500 focas-comuns (Phoca vitulina) e focas-cinzentas (Halichoerus grypus) nesta zona do sul de Inglaterra, conhecida como o Estuário do Grande Tamisa. Estes mamíferos têm regressado lentamente desde que foi proibida a sua caça, na década de 1970, e muito recentemente começaram a avistar-se crias.

Saber quantos nascimentos há vai permitir aos biólogos perceberem até que ponto o estuário é actualmente saudável e uma boa fonte de alimentos para estes mamíferos, “que são grandes predadores no estuário”, disse Thea Cox, bióloga conservacionista na Sociedade Zoológica de Londres, citada pela televisão britânica.

“Temos visto os números aumentar, o que são notícias fantásticas, mas isso não significa que  [as focas] não estejam sujeitas a ameaças.”

Entre os maiores problemas contam-se hoje em dia a poluição das águas do estuário provocada pelos plásticos e a competição entre focas por comida e habitat.

Por outro lado, sublinhou a bióloga, as focas são também ameaçadas por “grandes projectos de construção no estuário, projectos de dragagem e a perturbação geral do uso humano do estuário”.

 

 

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.