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Águia-imperial-ibérica. Foto: Juan Lacruz/Wiki Commons

Encontradas 120 aves electrocutadas em Espanha, incluindo 75 aves de espécies protegidas

Entre as 120 aves encontradas pela operação Fulgor, do Seprona, estão águias-imperiais, bufos-reais, grifos e águias-reais.

A primeira operação do Seprona (Serviço de Protecção da Natureza) para evitar a morte de aves nas linhas eléctricas aconteceu entre Outubro de 2018 e Maio de 2019, informou hoje a Guardia Civil espanhola em comunicado.

Nesse período foram encontradas 120 aves electrocutadas, entre elas 75 aves de quatro espécies protegidas: 33 bufos-reais (Bubo bubo), 19 águias-reais (Aquila chrysaetos), 17 grifos (Gyps fulvus) e seis águias-imperiais-ibéricas (Aquila adalberti).

Depois de realizar mais de 350 inspecções, a Guardia Civil espanhola registou um total de 107 denúncias por irregularidades relacionadas com a protecção da avifauna contra a colisão e electrocussão em linhas eléctricas de alta tensão. Além disso abriu diligências penais por cinco delitos contra a fauna.

Entre as actuações efectuadas está a descoberta de 44 aves electrocutadas numa propriedade em Albacete, classificada como Zona de Protecção Especial. A Fiscalía de Medio Ambiente y de Urbanismo iniciou já diligências penais relativas a este caso.

Segundo dados oficiais, registam-se por ano em Espanha milhares de mortes de aves por colisão ou electrocussão em linhas eléctricas, constituindo mesmo a principal causa de morte para algumas espécies protegidas, sublinha a Guardia Civil.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.