Foto: António Rivas/Programa de Conservación Ex-situ

Foram contados 627 linces-ibéricos na região da Andaluzia em 2022

O número de linces em liberdade nesta região do sul de Espanha cresceu pela primeira vez no ano passado, com um aumento de 105 animais face a 2021.

As novidades foram avançadas esta semana numa comissão parlamentar pelo conselheiro andaluz de Sustentabilidade, Meio Ambiente e Economia Azul, Ramón Fernández-Pacheco, que ligou esses dados ao último censo realizado em 2022. “Podemos afirmar que a população de lince na Andaluzia começa a ser auto-suficiente”, afirmou o governante, referindo-se à região de Espanha onde é maior o número destes felinos.

No que respeita ao núcleo populacional de Doñana, um dos principais locais onde ocorre este felino, recolheram-se registos de pelo menos 108 linces, a primeira vez que a espécie ultrapassou uma centena de animais nesta área protegida do sul do país.

“No âmbito da estratégia que se tem desenvolvido, queremos interligar todos os núcleos de indivíduos e um dos desafios principais é conseguir ligar Doñana com outros núcleos, já que os outros núcleos começaram a interligar-se”, acrescentou o mesmo responsável, citado pela agência noticiosa espanhola EFE Verde. O objectivo, detalhou, é conseguir-se “uma população auto-sustentável e geneticamente viável dentro de cinco anos”.

A região da Andaluzia lidera o projecto LIFE LynxConnect, que integra uma equipa de 22 entidades parceiras e está desde 2020 a realizar-se tanto em Espanha como em Portugal. No âmbito deste projecto, no Algarve foi criada uma nova área de reintrodução da espécie, na zona de Tavira, que se veio juntar assim ao núcleo populacional do Vale do Guadiana. Já em território espanhol, o lince distribui-se hoje por 12 núcleos populacionais mas está agora em estudo a criação de mais duas áreas de reintrodução na zona de Madrid.

No final de 2021, existiam em Portugal 209 linces, segundo o censo realizado nesse ano, que representavam 15,3% da população ibérica, com 1365 animais. O lince-ibérico é uma espécie classificada desde 22 de Junho de 2015 como Em Perigo de extinção, depois de anos na categoria mais elevada atribuída pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), Criticamente em Perigo.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.