Rouxinol-grande-dos-caniços. Foto: Eugene Stolyarov/WikiCommons

Está a decorrer até 15 de Outubro a Campanha Internacional de Anilhagem de Aves

A Lagoa de Santo André, onde já foram registadas 185 espécies de aves, é palco da 43ª Campanha Internacional de Anilhagem de Aves, de 20 de Julho e 15 de Outubro.

Esta campanha está a decorrer na Estação Ornitológica Nacional do Monte do Outeirão (EON-MO), na Zona de Protecção Especial (ZPE) da Lagoa de Santo André.

“Esta área integra a área mais importante para a avifauna da Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha”, segundo uma nota do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

É uma zona de grande importância, ao nível nacional, como local de paragem na migração outonal de passeriformes.

Desde 1977 já se realizaram 42 campanhas, tendo sido capturadas e anilhadas 136.582 aves de 185 espécies.

Durante esta campanha de anilhagem de aves migradoras procura-se “capturar e anilhar o maior número possível de aves migradoras, passeriformes, nomeadamente as que utilizam o caniçal, as zonas de coberto arbustivo”, explica o ICNF.

A anilhagem decorre entre as 06h00 e as 11h00, estando, dependente das condições meteorológicas.

Após a captura, as aves são individualmente recolhidas e posteriormente manipuladas a fim de serem marcadas com anilhas metálicas e retirados todos os elementos biométricos recomendados, como peso da asa, gordura e massa muscular, sexo e o estado de muda, quando aplicável, de acordo com as regras estabelecidas pela Central Nacional de Anilhagem (CNA).

À semelhança do que tem acontecido em anos anteriores, esta decorre em colaboração com o Centro de Estudos de Migrações e Proteção de Aves (CEMPA).

“Este ano, face à situação pandémica que se vive, a 43ª Campanha Internacional de Anilhagem de Aves irá decorrer sem visitação e apenas contará com o apoio dos funcionários da Direção Regional de Conservação da Natureza e das Florestas do Alentejo e do CEMPA, sem a habitual participação de anilhadores externos nacionais e internacionais.”

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.