Está aberta a 4ª edição do Prémio Internacional de Ilustração Científica

De 11 de Janeiro a 15 de Março, os ilustradores que trabalham para divulgar a Ciência através da imagem podem concorrer à 4ª edição do Prémio Internacional de Ilustração Científica. Na última edição foram a concurso mais de 400 ilustrações.

 

“A ilustração científica voltou para ficar”, escreve Miquel Baidal, coordenador da Il.lustraciència, iniciativa da Associação Catalã de Comunicação Científica, com sede em Barcelona.

Tudo começou com um projecto para aproximar a Ciência da sociedade através da ilustração. A ideia evoluiu para um prémio internacional que quer dar visibilidade ao trabalho dos ilustradores, independentemente do seu país de origem. Os critérios do júri são o rigor científico, clareza, originalidade e capacidade de divulgação.

De todas as obras a concurso serão selecionadas 40, que irão constar de um catálogo e de uma exposição itinerante. De entre essas 40, o júri vai seleccionar o grande vencedor, os vencedores dos prémios de formação e até cinco menções honrosas. A eleição do prémio do público vai realizar-se por votação no site do prémio, entre 1 e 28 de Abril.

Na primeira edição, em 2012, três portugueses ganharam os 1º e 2º prémios e o prémio do público. O júri escolheu Mafalda Paiva para o primeiro prémio, com a sua borboleta noturna Thaumetopea pitiocampa, e Pedro Salgado para o segundo, com o seu peixe-galo (Zeus faber). Lúcia Antunes ganhou o prémio do público, com o trabalho “Planta como habitat”.

 

 

Esta ilustração conta a história da dependência de uma espécie de morcego em relação a uma planta carnívora. “A técnica que utilizei foi aguarela sobre grafite em papel de aguarela”, explicou Lúcia Antunes, ilustradora freelancer, à Wilder. “Primeiro fiz o desenho todo a grafite e depois aguarelei só parte da ilustração.” E tudo foi feito em separado. “O morcego a voar foi feito numa folha A3, a planta com o morcego empoleirado foi feito noutra e a planta com o corte e morcego lá dentro foi outra! No final, combinei os A3 diferentes no Photoshop”, explicou.

A distinção deu-lhe “alguma visibilidade” a nível internacional. “E foi muito gratificante ter ganho o prémio do público, em que votaram pessoas de tantas nacionalidades”, acrescentou Lúcia Antunes, autora de um guia das espécies de morcegos de Portugal.

O prémio Il.lustraciència é financiado pelo Ministério espanhol da Economia e Competitividade e pela Fundação Espanhola para a Ciência e Tecnologia. O grande vencedor ganhará um prémio de 600 euros e o vencedor com o prémio do público, 200 euros.

A 30 de Março serão divulgados os 40 seleccionados e o grande vencedor será conhecido a 12 de Maio.

 

 

 

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.