Estas entidades juntaram-se pela conservação dos cavalos-marinhos da Ria Formosa

A captura ilegal é uma das razões pelas quais os cavalos-marinhos estão a desaparecer na Ria Formosa. Estas quatro entidades juntaram-se para conservar esta espécie.

 

Esta segunda-feira, o Mercado do Peixe de Olhão abriu as portas à conservação dos cavalos-marinhos da Ria Formosa. Cerca de 60 pessoas participaram num debate dedicado a um projecto que está a avaliar o estado das populações de cavalos-marinhos da ria Formosa.

Este projecto – promovido pela Fundação Oceano Azul e Oceanário de Lisboa – está a estudar também o impacto que a captura ilegal tem naquelas espécies e a promover a urgência da sua protecção.

Segundo um comunicado dos responsáveis da iniciativa – que junta ainda duas organizações, a Sciaena – Oceanos # Conservação # Sensibilização e a Associação Natureza Portugal|WWF -, o encontro debateu questões sociais, legais, económicas e de conservação das populações destas espécies, que já foram consideradas as maiores do mundo.

“A questão da captura ilegal de cavalos-marinhos é apenas um de inúmeros problemas e desafios que a ria enfrenta, ao qual não podemos voltar as costas”, comentou Gonçalo Carvalho da Sciaena, no comunicado. “Ficamos chocados com as notícias de extinção de espécies emblemáticas noutros locais do mundo, como os rinocerontes-brancos ou os orangotangos, mas a maioria das pessoas nem se apercebe que o mesmo está a acontecer aqui no nosso país. Não podemos deixar que isto aconteça aos cavalos-marinhos.”

Estiveram presentes pescadores comerciais e recreativos, mariscadores, investigadores, autoridades, autarquias, empresários, estudantes, professores e ambientalistas.

Para Tiago Pitta e Cunha, presidente executivo da Fundação Oceano Azul, “esta reunião mostra que o Algarve está a começar a despertar para o flagelo do desaparecimento em massa dos cavalos-marinhos da ria Formosa. Trata-se de uma espécie que poderá desaparecer a curto prazo, mas que a manter-se poderia ser um símbolo forte desta região”.

A Sciaena, a ANP|WWF, a Fundação Oceano Azul e o Oceanário de Lisboa vão agora analisar os resultados desta campanha e planear futuras acções.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.