Cardo-dos-picos. Foto: Alvesgaspar / Wiki Commons

Estas foram as plantas com mais registos no primeiro Bioblitz da Flora de Portugal

Os resultados agora conhecidos indicam que no fim-de-semana de 22 e 23 de Maio foram registadas 4.263 observações por todo o país, incluindo Açores e Madeira, revelaram os organizadores desta acção de ciência cidadã.

Esta foi a primeira edição de um bioblitz de flora organizado a nível nacional, coordenado pela Sociedade Portuguesa de Botânica (SPBotânica) e pela plataforma BioDiversity4All. Objectivo? Gerar conhecimento e alertar para a importância de investigar e catalogar a biodiversidade das plantas em Portugal

Ao longo do fim-de-semana de 22 e 23 de Maio, pessoas por todo o país dedicaram-se a fotografar as plantas silvestres que encontraram e a registá-las na plataforma BioDiversity4All/iNaturalist, ajudando assim os cientistas a conhecerem melhor a diversidade de espécies em Portugal.

Segundo a organização, “os números do projecto são impressionantes”: os dados agora disponíveis indicam que participaram 122 observadores, incluindo alguns que são grupos de pessoas, que registaram 911 taxa (espécies e subespécies), com destaque para o cardo-dos-picos (Galactites tomentosus). Esta foi a planta mais vezes observada ao longo dos dois dias da acção, com 41 registos inseridos na página do bioblitz, indicam os resultados publicados.

Língua-de-vaca (Echium plantagineum). Foto: Alvesgaspar / Wiki Commons

Seguiram-se a língua-de-vaca ou soagem (Echium plantagineum) e a papoila (Papaver rhoeas), respectivamente com 38 e 37 observações, a bole-bole-maior (Briza maxima, com 36), o morrião (Lysimachia arvensis, com 33) e ainda a roselha (Cistus crispus, com 32).

Papoila (Papaver rhoeas). Foto: Armennano / Pixabay

“Dominam as plantas de ocorrência comum no país – resultado esperado, pois são estas espécies as mais fáceis de encontrar, identificar e validar”, explica a SPBotânica, numa publicação no Twitter.

Para já, foram validadas 61% das observações registadas na plataforma, por um total de 174 identificadores. Isto porque cada planta identificada necessita de ter a confirmação de outros utilizadores para ser considerada válida. Falta ainda validar pouco mais de 37% dos registos, “sendo que algumas não poderão chegar ao nível da espécie, porque as fotografias carecem de alguns elementos distintivos necessários.”

Bole-bole maior (Briza maxima). Foto: Alvesgaspar/Wiki Commons

Por outro lado, os cidadãos-cientistas que participaram contribuíram para o registo de um total de 16 taxa (espécies e subespécies) de plantas que em Portugal estão classificadas com diferentes graus de risco de extinção, pelo que são consideradas ameaçadas. “Convolvulus lineatus (Em Perigo) e Armeria pseudoarmeria, Drosophyllum lusitanicum, Frankenia boissieri, e Utricularia australis (classificados com o estatuto de Vulnerável).”


Agora é a sua vez.

Vá à descoberta destas sete espécies de plantas silvestres, sugeridas no âmbito do Bioblitz da Flora de Portugal, mas que se mantêm ainda em flor por todo o lado.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.