Estas são as ilustrações naturalistas e científicas que venceram a 9ª edição do Illustraciencia

Escolhidas de entre 400 obras, La pantera de Madagascar, de David Rojas Márquez, na categoria de ilustração científica, e Estudio comparativo de zorzales, de Ignacio Sevilla Hidalgo, na categoria de ilustração naturalista, foram os grandes vencedores da 9ª edição deste galardão internacional.

As obras vencedoras nas categorias naturalista e científica desta edição foram seleccionadas por um comité de peritos de entre 40 finalistas, escolhidas numa fase prévia.

La pantera de Madagascar, do argentino David Rojas Márquez, venceu na categoria de ilustração científica. Na obra – cuja técnica usada foi o Digital (Photoshop e Illustrator) – está representada um camaleão-pantera (Furcifer pardalis).

La pantera de Madagascar. Ilustração: David Rojas Márquez

Estudio comparativo de zorzales, de Ignacio Sevilla Hidalgo, venceu na categoria de ilustração naturalista. O ilustrador espanhol escolheu ilustrar a aguarela e com montagem digital várias espécies de tordos: o tordo-zonal (Turdus pilaris), o tordo-comum (Turdus philomelos), o tordo-ruivo (Turdus iliacus) e a tordoveia (Turdus viscivorus).

Estudio comparativo de zorzales. Ilustração: Ignacio Sevilla Hidalgo

“A cada edição torna-se mais difícil escolher apenas duas propostas. A qualidade técnica e o interesse da mensagem transmitida tornam tudo muito difícil”, comentou, em comunicado, Clara Cerviño, membro do júri da Illustraciencia.

Além do júri, mais de 6.000 pessoas decidiram para quem iria o prémio do público, votando online na sua ilustração favorita, neste caso La pantera de Madagascar.

O júri concedeu uma menção honrosa às obras Plagas de la harina, de Albert Blanco Roviralta; Morfología de una escolopendra, de José Saúl Martín Fuentes; e Сluster pine (Pinus pinaster), de Dina Rogatnykh, na categoria de ilustração científica.

Plagas de la harina (Plodia interpunctella, Stegobium paniceum e Tribolium castaneum). Ilustração: Albert Blanco Roviralta

Morfología de una escolopendra (Cormocephalus impressus). Ilustração: José Saúl Martín Fuentes

Сluster pine (Pinus pinaster). Ilustração: Dina Rogatnykh

Já na categoria de ilustração naturalista, as menções honrosas foram para a obra Bog Turtle, de Matt Patterson; Gonzalito (Icterus nigrogularis), de Sebastián Chavez; e Ciclo de vida del escarabajo, de Araceli Gómez de Lara.

Bog Turtle. Ilustração: Matt Patterson
Gonzalito (Icterus nigrogularis). Ilustração: Sebastián Chavez
Ciclo de vida del escarabajo. Ilustração: Araceli Gómez de Lara

As 40 obras finalistas, incluindo as vencedoras, estarão expostas ao público de Julho a Setembro no Museu Nacional espanhol de Ciências Naturais de Madrid.

A Illustraciencia começou em 2009 como um projecto para aproximar a Ciência à sociedade através da ilustração. A ideia evoluiu para um prémio internacional que quer dar visibilidade ao trabalho dos ilustradores, independentemente do seu país de origem. Os critérios do júri são o rigor científico, clareza, originalidade e capacidade de divulgação.

Hoje, o projecto é organizado pelo Museu Nacional espanhol de Ciências Naturais de Madrid e pela Associação Catalã de Comunicação Científica e conta com a colaboração da Fundación Española para la Ciencia y la Tecnologia. O grande objectivo é “divulgar e premiar a ilustração científica, mostrar o trabalho dos ilustradores científicos e aproximar a ciência e a sociedade”, explicam os organizadores numa nota.


Os artigos desta secção são apoiados pela SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.