Estas são ilustrações científicas vencedoras

Já são conhecidos os vencedores da 4ª edição da Il.lustraciència, prémio internacional de ilustração científica organizado pela Associação Catalã de Comunicação Científica, com sede em Barcelona, e no qual participaram 550 obras vindas de 30 países.

 

“O nível dos participantes desta edição foi especialmente elevado”, comenta Miquel Baidal, coordenador da iniciativa, em comunicado divulgado ontem. Participaram 550 ilustrações de 30 países, especialmente Espanha, Colômbia, México, Brasil e Rússia.

O grande vencedor é Jaime de la Torre Naharro (Espanha), que vai receber um prémio é de 600 euros. A sua obra é “Cordyceps unilateralis”, uma ilustração de um fungo que cresce principalmente em insectos.

 

 

“O Cordyceps unilateralis é capaz de alterar a conduta dos insectos que infecta, fazendo-os subir ao topo de uma planta, onde se agarram ao nervo de uma folha antes de morrer, assegurando desta forma uma distribuição máxima dos esporos procedentes do corpo frutífero que brota do cadáver do insecto”, explicou o ilustrador sobre a sua obra, criada com canetas de cor.

Das 550 ilustrações a concurso, o júri selecionou 40 para fazerem parte de uma exposição itinerante – que começa em Novembro na Biblioteca da Sagrada Família em Barcelona – e um catálogo virtual online. Estas obras foram selecionadas pela sua “qualidade, capacidade de comunicação e rigor científico”.

Entre estas, o prémio do público foi para “Black carpenter” da ilustradora chilena Marcela Castillo. O prémio é de 200 euros.

 

 

Nesta 4ª edição dos prémios foram entregues cinco menções honrosas:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Das 40 obras seleccionadas para a exposição itinerante, 15 são de ilustradores espanhóis, três chegam de Itália, outras três da Colômbia, duas da Eslovénia e duas da Argentina. Entre as restantes há uma obra de um ilustrador português, João Simões.

 

 

 

Este prémio internacional quer dar visibilidade ao trabalho dos ilustradores, independentemente do seu país de origem. Dos 15 membros do júri, dois são portugueses: Fernando Correia, director do Laboratório de Ilustração Científica da Universidade de Aveiro, e Mafalda Paiva, ilustradora científica.

Os critérios do júri são o rigor científico, clareza, originalidade e capacidade de divulgação.

Na primeira edição, em 2012, três portugueses ganharam os 1º e 2º prémios e o prémio do público. O júri escolheu Mafalda Paiva para o primeiro prémio, com a sua borboleta noturna Thaumetopea pitiocampa, e Pedro Salgado para o segundo, com o seu peixe-galo (Zeus faber). Lúcia Antunes ganhou o prémio do público, com o trabalho “Planta como habitat”.

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

Explore aqui as ilustrações seleccionadas na edição do ano passado.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.