EUA concluem que há mais um insecticida que faz mal às abelhas

A Agência de Protecção Ambiental norte-americana (EPA, sigla em inglês) publicou ontem um relatório onde conclui que o insecticida Imidacloprida está a ameaçar insectos polinizadores como as abelhas.

 

O Imidacloprida pertence à família química dos neonicotinóides, já conhecidos pelos seus impactos nocivos nos polinizadores. Estes químicos podem afectar o sistema nervoso dos insectos, causando paralisia e até a morte.

Agora, esta avaliação feita pela EPA mostra que este insecticida específico tem os seus perigos em algumas plantações de espécies que atraem polinizadores. Entre essas culturas estão o algodão os citrinos. “As informações mostram que os citrinos e o algodão têm resíduos de pesticida no pólen e no néctar acima do nível aceitável”, escreve a EPA, em comunicado.

Esta é a primeira avaliação de uma série de quatro que o Governo norte-americano está a realizar aos insecticidas neonicotinóides para proteger as abelhas e reverter o seu declínio. As outras três avaliações deverão ser conhecidas em Dezembro deste ano. A EPA poderá, “se necessário, tomar acções para reduzir os riscos impostos por este insecticida”, acrescenta.

No ano passado, a EPA propôs a proibição do uso de pesticidas que são tóxicos para as abelhas, incluindo os neonicotinóides, quando as culturas estão em flor e as abelhas estão a polinizar as plantas. Entretanto, a agência suspendeu, temporariamente, novos usos para os neonicotinóides até ter mais dados sobre os seus impactos nos insectos polinizadores.

Na Europa, em 2013, a Comissão Europeia decidiu restringir e/ou proibir o uso de Imidacloprida, comercializados no Velho Continente pela Bayer e Syngenta.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.