Abelha. Foto: Suzanne D. Williams/Pixabay

Eurodeputados pedem redução de pesticidas para salvar abelhas europeias

O Parlamento Europeu pediu ontem à Comissão Europeia para melhorar a sua Iniciativa Polinizadores, adoptando novas medidas para proteger as abelhas e outros polinizadores.

Numa resolução adoptada ontem, o Parlamento saudou a Iniciativa Polinizadores da União Europeia (UE), lançada a 1 de Junho de 2018. 

No entanto, os eurodeputados em Estrasburgo salientaram que esta, tal como está, é insuficiente para proteger os polinizadores.

Estes animais estão em declínio por causa da agricultura intensiva, dos pesticidas, das alterações climáticas, das alterações no uso do solo, da perda de habitat e das espécies invasoras.

Por isso, o Parlamento Europeu pressionou a Comissão a apresentar um programa de acção mais ambicioso e com os recursos suficientes para a sua implementação. Tudo porque, salientou, “os polinizadores são essenciais para a biodiversidade, agricultura e reprodução em muitas espécies de plantas”.

Uma das medidas necessárias, segundo Estrasburgo, é a Política Agrícola Comum (PAC) prever uma maior redução no uso dos pesticidas. A este respeito, os eurodeputados pedem metas de redução obrigatórias a nível da UE, a serem incluídas na próxima revisão da Directiva sobre o uso sustentável de pesticidas.

Além disso, a resolução adoptada ontem pede mais financiamento para apoiar investigação às causas do declínio das abelhas, a fim de proteger a diversidade das espécies de polinizadores. E defende a importância de várias medidas, entre elas a promoção e criação de habitats para os polinizadores nas áreas urbanas.

Cerca de 84% das espécies agrícolas e 78% das espécies de flores silvestres da UE dependem, pelo menos em parte, da polinização feita por animais, segundo estimativas da Comissão Europeia. 

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.