Expedição científica vai estudar vida marinha de Cascais, Mafra e Sintra

Oceanos. Foto: David Mark/Pixabay

De 1 a 12 de Outubro, uma equipa de cientistas estará a fazer o levantamento dos valores naturais do mar ao largo de Cascais, Mafra e Sintra, numa expedição que resulta de uma parceria com o Governo Português e a Fundação Oceano Azul.

Os investigadores, a bordo do histórico navio Santa Maria Manuela, estão a recolher informação, amostras e imagens para caracterizar e avaliar a biodiversidade e habitats marinhos da zona.

“Com recurso a mergulho científico e a várias tecnologias como drones, sistemas de câmaras de vídeo subaquáticos iscadas (BRUV – Baited Remote Underwater Video) e um ROV (Remotely Operated Vehicle), será possível aceder a zonas que, até hoje, têm sido muito pouco estudadas. Adicionalmente, será caracterizada, em terra, a biodiversidade da zona entre marés (zona intertidal)”, explica a Fundação Oceano Azul, em comunicado.

Com os dados e imagens recolhidos será produzido um relatório científico que contribuirá para o diagnóstico do estado de saúde e valor científico e ecológico desta região do país. “Utilizando essa informação, será possível proteger e gerir de forma sustentável os valores naturais e recursos marinhos.” A par do relatório científico será produzido também um documentário da expedição.

Esta iniciativa surge no contexto da necessidade de conhecer e proteger o património natural do país, respondendo às políticas nacionais, europeias e internacionais de proteção e gestão sustentável do oceano.

A expedição conta com o envolvimento de instituições científicas como o MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (pólos Ispa, FCiências, UÉvora e Madeira), o CCMAR – Centro de Ciências do Mar, o CESAM – Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, a SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves , o IPMA – Instituto Português do Mar e da Atmosfera e o Instituto Hidrográfico. A coordenação científica é da Fundação Oceano Azul.

É liderada por Emanuel Gonçalves, responsável científico e administrador da Fundação Oceano Azul, e Henrique Cabral, biólogo e investigador no Institut National de Recherche pour l’Agriculture, l’Alimentation et l’Environnement (INRAE).

Os promotores desta iniciativa são a Câmara Municipal de Cascais (que tem 32 quilómetros de costa), a Câmara Municipal de Mafra (11 quilómetros), a Câmara Municipal de Sintra (25 quilómetros) e a Fundação Oceano Azul, com o apoio do Governo português.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.