Expedição de ilustradores e fotógrafos portugueses chega a Marrocos

Sete ilustradores e quatro fotógrafos portugueses chegaram há poucos dias a Marrocos. Pela frente têm uma expedição artística de três semanas que os vai levar a várias regiões do país para registar o património histórico português, mas também a natureza e a cultura desses locais.

 

Entre 20 de Agosto e 11 de Setembro, os onze portugueses, membros do Grupo do Risco – colectivo de desenhadores, artistas, fotógrafos e cientistas criado em 2007 – vão desenhar, pintar e fotografar cinco regiões de Marrocos: a região Norte (Arzila, Tanger, Alcácer Ceguer, Alcácer Quibir), a região de El Jadida (Mazagão, Azamor), a região de Essaouira (Essaouira, Souira Kedima, Safim), a região Sul (Agadir, Souss-Massa) e o interior (Tafraoute, Ait Ben Haddou, Marrakech e Chefchaouen).

Pedro Salgado, Nádia Torres, Francesco Milanese, Delfim Ruas, Guida Casella, João Catarino e Pedro Mendes vão desenhar e pintar, com os seus cadernos de campo, aguarelas, canetas e lápis; José Paula, Henrique Queiroga, António Coelho e Luís Quinta estão responsáveis pelo registo fotográfico da viagem.

Se a viagem dura três semanas, a sua preparação demorou cerca de seis meses. A escolha dos locais a visitar e os trajectos – feitos em viaturas próprias -, a colaboração com as autoridades locais, tudo foi estudado ao pormenor.

Segundo o Grupo do Risco, o objectivo desta expedição é “divulgar o património histórico português em Marrocos, através de uma abordagem científico-artística da sua envolvência”.

Mas o resultado da viagem não vai ficar apenas nos cadernos e câmaras fotográficas de cada um. Depois da expedição, a herança patrimonial portuguesa na costa Atlântica de Marrocos será divulgada através de uma exposição colectiva temática e através da publicação de um catálogo.

A expedição é financiada pelo Grupo do Risco, pelos membros participantes e conta ainda com o apoio do Instituto Camões e da Embaixada de Portugal em Rabat.

Esta é a décima expedição do Grupo do Risco – colectivo que pretende homenagear a Casa do Risco, escola setecentista de desenho científico português que existiu no Jardim Botânico da Ajuda, em Lisboa -, do qual fazem parte cerca de 20 pessoas. A última tinha sido ao vale do Baixo Sabor, em Março de 2014. Antes já tinham feito expedições às Berlengas, Douro Internacional, Ria Formosa, Amazónia (Brasil), ilha da Madeira, Parque Nacional de Doñana (Espanha) e Serra do Caramulo (duas vezes, uma antes e outra depois de um incêndio).

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.