Foca-da-Gronelândia avistada nos Açores

Uma foca-da-Gronelândia (Pagophilus groenlandicus) foi avistada a 17 e 18 de Agosto na ilha açoriana do Faial. A foca “não aparenta ter lesões visíveis ou debilidade motora”, pelo que, para já, não há razões para intervir ou capturar o animal, dizem as autoridades.

 

Esta foca, com cerca de 180 centímetros de comprimento, foi inicialmente avistada a 17 de Agosto na zona da Praia do Almoxarife. No dia seguinte foi dado conta da presença de uma foca, que se pressupõe seja o mesmo indivíduo, a descansar na zona do porto de Castelo Branco, informa hoje um comunicado da Direcção Regional dos Assuntos do Mar.

“O animal não aparenta ter lesões visíveis ou debilidade motora, pelo que se considera, para já, não existirem razões para intervir ou capturar o animal.”

 

 

O comportamento do animal está a ser monitorizado pela Direcção Regional dos Assuntos do Mar e por especialistas em mamíferos marinhos do Instituto Okeanos, segundo Filipe Porteiro, director regional dos Assuntos do Mar.

Em caso de necessidade, acrescentou, serão tomadas as “medidas consideradas adequadas, de acordo com as melhores práticas”.

Este é o segundo registo de foca-da-Gronelândia nos Açores. O primeiro exemplar desta espécie, um adulto com 170 centímetros de comprimento, foi encontrado morto em Julho de 2002, na ilha do Pico.

A foca-da-Gronelândia, classificada como Pouco Preocupante pela Lista Vermelha da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) é uma espécie que se distribui no Ártico, onde tem colónias numerosas. Em vários países é alvo de exploração comercial.

 

 

A Direcção Regional dos Assuntos do Mar alerta a população para não se aproximar ou interagir com a foca, evitando a ocorrência de incidentes, já que se trata de um animal selvagem, com o qual a interação poderá representar alguma perigosidade.

Alertam-se ainda os banhistas para, no caso de avistarem o animal nas imediações da zona balnear onde se encontram, abandonarem a água e manterem uma distância de segurança.

A ocorrência de focas tem sido regulamente reportada nos Açores, tendo, até agora, sido avistadas sete espécies.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.