golfinho riscado a saltar no mar
Foto: Hyerestourisme/Wiki Commons

Golfinho-riscado juvenil deu à costa em Leça da Palmeira

Um golfinho-riscado (Stenella coeruleoalba) juvenil deu à costa a 11 de Dezembro numa praia em Leça da Palmeira. O animal não resistiu e acabou por morrer no local.

 

O alerta para um golfinho vivo a necessitar de auxílio chegou ao Centro de Reabilitação de Animais Marinhos (CRAM) – Ecomare a 11 de Dezembro cerca das 20h00, via Coordenação da Rede Nacional de Arrojamentos.

Uma equipa do Centro de Reabilitação deslocou-se ao local, uma praia junto à marginal de Leça da Palmeira, onde estiveram a Polícia Marítima de Leixões, os Bombeiros Voluntários Matosinhos Leça, a Protecção Civil de Matosinhos e vários civis.

Foi colocado um perímetro de segurança e o animal mantido hidratado e num local calmo. No entanto, o animal não resistiu e morreu ainda no local do arrojamento.

 

Foto: Polícia Marítima de Leixões

 

De acordo com os resultados da necropsia, realizada ontem, a causa da morte deste animal terá sido o arrojamento em si, associado a doença, contou hoje à Wilder o CRAM-Ecomare.

O golfinho, um animal ainda muito jovem, encontrava-se muito magro e tinha algumas lesões no sistema digestivo e sinais de parasitação.

O último arrojamento registado pelo CRAM-Ecomare deste espécie aconteceu há cerca de um mês em Peniche.

O golfinho-riscado é um animal esguio de cor escura no dorso e bastante clara no ventre. Tem ainda uma risca escura desde o olho até à região anal e outra mais pequena que vai desde o olho até à barbatana peitoral.

Os adultos medem cerca de 2,5 metros e podem pesar até 150 kg, sendo os machos ligeiramente maiores que as fêmeas.

É uma espécie muito oceânica e não é tão costeira. Em Portugal costuma habitar na zona próxima do talude da plataforma continental ou em áreas próximas dos 1.000 metros de profundidade. 

Estes golfinhos podem viver cerca de 30 anos.

 

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

Saiba o que fazer se vir um animal selvagem em dificuldades na praia.

Contactos em caso de arrojamento:

ABRIGOS-RAMM (Rede de Apoio a Mamíferos Marinhos): +351 968 849 101
Número Nacional de Emergência para Arrojamentos de Animais Marinhos

CRAM: +351 919 618 705
Actuação: Mamíferos, aves e tartarugas marinhas Vivos/Mortos

SPVS NORTE: +351 91 480 06 16
Actuação: Mamíferos Marinhos Vivos/Mortos e tartarugas Vivas/Mortas

SPVS ALGARVE: +351 91 452 29 44
Actuação: Mamíferos Marinhos e tartarugas mortos

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.