Golfinho-riscado. Foto: Bennet Gevers/Wiki Commons

Golfinho-riscado resgatado em praia de Mafra

Um golfinho-riscado foi resgatado na praia de São Sebastião, em Mafra, e devolvido ao seu habitat natural a 5 de Junho. A operação juntou conservacionistas, surfistas, bombeiros, polícia marítima e ICNF.

Tudo começou a 5 de Junho quando um popular deu o alerta cerca das 09h00 para um golfinho-riscado (Stenella coeruleoalba) que estava preso numa zona rochosa da praia de São Sebastião, no concelho de Mafra, segundo um comunicado da Autoridade Marítima Nacional.

Foi “de imediato activado para o local o piquete do Posto da Polícia Marítima da Ericeira, uma mota de água e uma embarcação da Estação Salva-vidas da Ericeira, bem como elementos do projecto SeaWatch, apoiados por uma viatura Amarok”. Também foi contactado o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

O golfinho foi encontrado com vida, “apresentando algumas escoriações”.

O animal foi resgatado – com a ajuda de alguns surfistas e elementos dos Bombeiros Voluntários da Ericeira, em articulação com o ICNF – e transportado para o seu habitat natural a cerca de quatro milhas (cerca de sete quilómetros) da costa, a bordo da embarcação da Estação Salva-vidas.

O golfinho-riscado é um animal esguio de cor escura no dorso e bastante clara no ventre. Tem ainda uma risca escura desde o olho até à região anal e outra mais pequena que vai desde o olho até à barbatana peitoral.

Os adultos medem cerca de 2,5 metros e podem pesar até 150 kg, sendo os machos ligeiramente maiores que as fêmeas.

É uma espécie muito oceânica e não é tão costeira. Em Portugal costuma habitar na zona próxima do talude da plataforma continental ou em áreas próximas dos 1.000 metros de profundidade. 

Estes golfinhos podem viver cerca de 30 anos.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.