Foto: Helena Geraldes/Wilder

Grifo e águia-de-asa redonda resgatados por GNR de Portalegre

Na semana passada, a GNR de Portalegre, encontrou um grifo (Gyps fulvus) ferido e uma águia-de-asa-redonda (Buteo buteo) debilitada e entregou-os aos cuidados dos técnicos de vida selvagem.

 

O grifo foi encontrado a 15 de Novembro no IP2 – cruzamento de Tolosa – Nisa pelo Núcleo de Proteção Ambiental do Destacamento Territorial de Nisa. A ave estava “em debilitado estado de saúde, supostamente vítima de embate com veículo automóvel”, segundo a GNR. Tinha ferimentos numa asa e no pescoço.

A ave foi levada para o CERAS – Centro de Recuperação de Animais Selvagens de Castelo Branco, que a estava a monitorizar.

Dois dias depois, a 17 de Novembro, o mesmo Núcleo de Proteção Ambiental recuperou uma águia de asa redonda, em Vale do Asno – Comenda – Gavião. O animal estava caído no chão, em debilitado estado de saúde, com ferimentos visíveis na asa direita. Foi entregue no Instituto de Conservação da Natureza (ICNF) em Portalegre.

O grifo é uma espécie classificada como Quase Ameaçada, segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (2005). De acordo com o último censo da espécie, realizado em 1999, em Portugal existem cerca de 270 casais nidificantes. A morte por envenenamento – devido à utilização de iscos envenenados – é apontada como o principal factor de ameaça para o grifo, por se tratar de uma ave necrófaga, gregária e muito dependente da disponibilidade de cadáveres.

A águia-de-asa-redonda é uma das aves de rapina mais comuns na Europa e tem um estatuto de conservação Pouco Preocupante.

 

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.