Floresta. Foto: Aymanjed Jdidi/Pixabay
Foto: Aymanjed Jdidi/Pixabay

Há mais de 155.000 árvores nativas prontas para reflorestar Portugal

A 10ª edição do projecto Floresta Comum disponibiliza, de 27 de Julho a 30 de Setembro, 155.270 árvores autóctones para reflorestar terrenos públicos e baldios de Norte a Sul do país.

 

As árvores do Floresta Comum são produzidas nos quatro viveiros do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF): em Veiguinhas (Amarante), Malcata (Sabugal), Valverde (Alcácer do Sal) e Monte Gordo. Todos trabalham com sementes exclusivamente portuguesas de espécies como carvalhos, medronheiros, azinheiras ou sobreiros.

Para a 10ª edição do programa vão estar disponíveis 155.270 plantas de 42 espécies nativas de Portugal – como carvalhos, medronheiros, castanheiros ou sobreiros -, através da Bolsa Nacional de Espécies Florestais Autóctones, segundo um comunicado divulgado hoje.

Esta iniciativa é dirigida a entidades com responsabilidade de gestão de terrenos públicos ou comunitários (baldios), desde Câmaras Municipais a Juntas de Freguesia. O período de candidaturas para aceder a estas plantas vai de 27 de Julho a 30 de Setembro.

Fruto da edição anterior foram distribuídas 118.738 plantas, que foram colocadas no terreno entre Novembro de 2019 e Março de 2020.

O Floresta Comum – parceria entre a Quercus (Associação Nacional de Conservação da Natureza), o ICNF, a Associação Nacional de Municípios Portugueses e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro – já disponibilizou 1.088.985 plantas de 60 espécies autóctones desde que começou, em 2010.

Esta parceria surgiu com o objectivo de incentivar a criação de uma floresta autóctone com altos níveis de biodiversidade e de produção de bens e serviços de ecossistema. É parcialmente financiado pelo projeto Green Cork – reciclagem de rolhas de cortiça e conta com o mecenato da REN – Redes Energéticas Nacionais.

“Em comparação com as espécies introduzidas (exóticas), esta floresta está mais adaptada às condições climáticas locais, sendo por isso mais resistente a pragas, doenças, longos períodos de seca ou de chuva intensa”, segundo o comunicado dos responsáveis do projecto. “Contribui ainda para a mitigação das alterações climáticas e é mais resiliente a essas mesmas alterações, bem como aos incêndios florestais.”

[divider type=”thick”]Saiba mais.

O Regulamento e os formulários de candidatura estão disponíveis no site da Quercus através do separador Projetos – Floresta Comum ou em www.florestacomum.org/candidaturas.

Saiba aqui quais as espécies autóctones de Portugal e como e quando plantá-las.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.