Hospital de animais selvagens em Olhão recebe 50.000 euros para obras

O RIAS, Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens em Olhão que recebe 3.000 animais selvagens por ano, conseguiu financiamento do Fundo ambiental no valor de 50.000 euros para obras de requalificação, anunciou hoje.

Este centro de recuperação, o único no Algarve e Baixo Alentejo, irá receber cerca de 50.000 euros que serão aplicados em obras de requalificação de várias instalações. 

O financiamento será usado para, por exemplo, rever toda a instalação elétrica do centro e alterar o sistema luminoso, substituir a rede do teto de instalações exteriores de recuperação e melhorar as condições de recuperação para mamíferos e répteis.

Mocho-galego (Athene noctua) recuperado pelo RIAS e devolvido à natureza em Setembro. Foto: RIAS

Segundo o RIAS, instalado na Quinta de Marim (Olhão), “estas intervenções já estão a decorrer desde Novembro, prevendo-se a sua finalização nos próximos meses”.

Já no ano passado, a candidatura do RIAS ao Fundo Ambiental tinha também sido aprovada. Em 2021, com a verba recebida este centro de recuperação conseguiu “realizar obras que mudaram de forma significativa as condições de trabalho da equipa e dos mais de 3.000 animais que recebemos anualmente. Mas existe sempre espaço para melhoria”.

Fundo Ambiental é um apoio que financia entidades, atividades ou projetos que visem contribuir para a conservação da Natureza em todas as suas vertentes (alterações climáticas, recursos hídricos, resíduos e conservação da  biodiversidade).

Este ano, o Fundo Ambiental recebeu, entre 21 de Junho e 1 de Agosto, 13 candidaturas para ajudar centros de recuperação de espécies selvagens, apresentadas pelo município de Vila Nova de Gaia, Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem, Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), Associação ALDEIA, Câmara Municipal de Lisboa, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Liga para a Protecção da Natureza (LPN), Amigos Picudos – Associação para a Preservação e Protecção dos Ouriços e Quercus.

Todas foram aprovadas, num financiamento total de 612.711,31 euros.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.