Lançado fundo de 100.000 euros para conservar raias e tubarões

Até 14 de Julho procuram-se projectos para conservar raias e tubarões, vindos dos quatro cantos do mundo. A 1ª edição do Fundo para a Conservação dos Oceanos, no valor de 100.000 euros, foi apresentada na semana passada pelo Oceanário de Lisboa e pela Fundação Oceano Azul.

 

Este Fundo nasceu para “apoiar projectos científicos que contribuam para a conservação de espécies ameaçadas e da biodiversidade marinha em geral”, segundo uma nota divulgada na sexta-feira pelo Oceanário de Lisboa. Cada edição terá uma temática diferente no âmbito da conservação das espécies e ecossistemas marinhos.

A primeira edição é dedicada às “Raias e tubarões. Da escuridão para a luz da ciência” e está à procura dos melhores projectos nacionais ou internacionais “que contribuam para a conservação destas espécies” e para aumentar o conhecimento sobre a biologia destes animais marinhos. As candidaturas terminam a 14 de Julho deste ano e os projectos podem ter a duração máxima de três anos.

Actualmente, um quarto dos mais de 1.041 tubarões, raias e outras espécies aparentadas estão em risco de extinção, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Apenas 23% têm um estatuto Pouco Preocupante, a percentagem mais baixa entre os vertebrados. O Oceanário lembra que este grupo de peixes é um dos mais ameaçados à escala global.

“A sobrepesca e as pescas acidentais e acessórias, combinadas com as características naturais das raias e dos tubarões – crescimento lento, maturidade sexual tardia e reduzido número de descendentes – coloca-os numa situação altamente delicada, sendo urgente reunir esforços para a sua conservação.”

Em Fevereiro do ano passado, Portugal assinou o Memorando de Entendimento para a Conservação de Tubarões Migratórios, um acordo internacional para proteger da extinção um total de 29 espécies migratórias de tubarões e raias. Entre estas contam-se a manta-gigante, a manta-diabo, o tubarão-branco, o tubarão-zorro e duas espécies de tubarão-martelo.

O Fundo para a Conservação dos Oceanos vai selecionar projectos que incluam trabalho de campo, que assegurem a qualidade científica da informação, que sejam iniciativas sustentáveis, que potenciem a educação e a divulgação junto de especialistas e do grande público.

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

Pode aceder aqui ao regulamento da 1ª edição deste Fundo.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.