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Lançado guia de identificação das espécies de aves exóticas de Portugal

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Torne-se um perito em identificar aves exóticas em Portugal e saiba qual a situação actual de cada uma no livro “Aves Exóticas em Portugal: Guia de Identificação”, lançado esta Primavera pelo escritor naturalista Gonçalo Elias.

A primeira ave exótica que Gonçalo Elias se recorda de ter observado na vida foi o bico-de-lacre (Estrilda astrild), em 1988. Desde então, o responsável pelo portal Aves de Portugal tem observado muitas mais espécies exóticas no nosso país.

Bicos-de-lacre. Foto: Pedro Olivença/WikiCommons

“São bastantes as espécies exóticas já estabelecidas e algumas continuam em expansão”, comentou o autor à Wilder.

Só neste novo guia de identificação são abordadas 125 espécies, como o ganso-do-egipto (Alopochen aegyptiaca), o periquitão-de-cabeça-azul (Thectocercus acuticaudatus), o mainá-de-crista (Acridotheres cristatellus) ou o capuchinho-dominó (Lonchura punctulata).

A ideia para este livro nasceu de uma troca de ideias na rede social Facebook a propósito de aves exóticas. “A certa altura houve uma pessoa que disse que fazia falta um guia actualizado de identificação de aves exóticas e que eu era a pessoa certa para o fazer. Na altura hesitei porque nunca tinha feito nenhum guia de identificação, mas depois achei que o desafio era interessante e resolvi meter mãos à obra”, contou Gonçalo Elias.

O livro, de 116 páginas e com cerca de 100 fotografias a cores – “gentilmente cedidas por diversos observadores e fotógrafos de natureza” -, está organizado em duas secções. A secção principal abrange 22 espécies, que são abordadas em detalhe. Para cada uma delas é dada a seguinte informação: nome comum e nome científico, características identificativas (incluindo tamanho, características físicas, vocalizações), espécies semelhantes (referência a outras espécies, autóctones ou não, com as quais a espécie descrita pode ser confundida), distribuição mundial (descrição sumária das regiões de origem, bem como das áreas onde foi introduzida), situação em Portugal (breve historial da ocorrência e descrição da situação actual), habitat, época de reprodução, mapa de distribuição no país, com comentários.

“No final há um apêndice com uma lista de 103 espécies não nativas de ocorrência ocasional. Trata-se aqui de fugas de cativeiro que não se reproduzem em liberdade.”

Psittacula krameri. Foto: Louis Dewame/WikiCommons

Segundo Gonçalo Elias, este livro foi feito a pensar em “qualquer pessoa que se interesse pelas nossas aves selvagens, seja para as identificar no terreno, seja para saber o ponto de situação actual de cada uma das espécies exóticas que ocorrem em liberdade no nosso país”.

Ao escrever este livro, o autor naturalista quis ajudar as pessoas a identificar as espécies não autóctones. “A maioria dos guias de identificação de aves selvagens não inclui a maioria destas espécies, o que muitas vezes causa dificuldades aos observadores. Assim, este guia vem colmatar essa lacuna, ao disponibilizar informação detalhada sobre as aves exóticas.”

Além disso, acrescentou, o objectivo foi “fazer um ponto de situação actualizado sobre a ocorrência das espécies não autóctones no nosso território”.

“O único guia anteriormente publicado sobre este assunto, da autoria de Rafael Matias, já tem quase 20 anos, estando por isso um bocado desactualizado, pois houve muitas alterações em anos recentes. Além disso, esse guia está esgotado há muitos anos, sendo por isso praticamente impossível de encontrar.”


Aves Exóticas em Portugal: Guia de Identificação

Por: Gonçalo Elias

Editora: Plataforma online kindle

Data de publicação: Março de 2021

Preço: 18,20 €

Disponível através da loja online Amazon


Agora é a sua vez.

Participe no IBISurvey, novo projecto do Laboratório de Ornitologia da Universidade de Évora, e procure e registe as 11 espécies de aves exóticas bem instaladas em Portugal.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.