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Ribeira. Foto: Helena Geraldes (arquivo)

Lançado movimento internacional para proteger os rios da Europa

Organizações de sete países, incluindo de Portugal, uniram-se para lançar hoje o movimento “Save Europe’s Rivers” (Salvem os rios da Europa) e a sua biodiversidade, ameaçados por mais de um milhão de barragens e açudes.

 

Em Portugal, o GEOTA – Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e do Ambiente e a SOS Salvem o Surf aderiram ao movimento, lançado para marcar o Dia Internacional de Acção pelos Rios e contra Barragens.

“É fundamental preservar os poucos rios e troços ribeirinhos que ainda não foram inundados ou estão poluídos”, diz Ana Brazão, coordenadora do projecto Rios Livres GEOTA, em comunicado.

Segundo o movimento, hoje existem mais de um milhão de barreiras (barragens e açudes) nos rios europeus, “cujas infraestruturas têm causado uma imensa destruição de habitats e perturbação de espécies”.

Actualmente, os rios são “dos ecossistemas mais ameaçados do mundo”.

Estas associações de Portugal, Albânia, Itália, Eslovénia, Reino Unido, Espanha e Suíça defendem, por exemplo, formas mais amigas do Ambiente de produzir electricidade e a reformulação de algumas barragens “para produzirem mais” ou para serem “totalmente removidas quando já não fazem sentido”.

“A ideia de que a energia produzida em barragens é verde e sem consequências negativas é falsa e tem levado à construção de cada vez mais barreiras nos rios europeus”, acrescenta Ana Brazão.

As associações que lançaram este movimento lembram que “os rios são as veias do planeta”, fazem o “transporte de nutrientes e sedimentos que alimentam as praias”, são um “corredor ecológico para animais e plantas” e representam “importantes áreas de lazer e recreio para as sociedades”.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.