Lisboa, Porto e Guimarães em missão europeia para chegarem à neutralidade climática

Foto: Joana Bourgard

Estas três localidades fazem parte de um grupo de 100 cidades dos 27 Estados-membros e de outros países, escolhidas pela Comissão Europeia para participarem num programa que vai prolongar-se até 2030.

De acordo com Bruxelas, é nas cidades que vivem 75% dos cidadãos europeus. São também estas que consomem mais de 65% da energia mundial, sendo responsáveis por mais de 70% das emissões de carbono.

“A transição verde está a fazer o seu caminho em toda a Europa agora mesmo, mas há sempre necessidade de pioneiros, que colocam para si próprios objectivos mais altos”, declarou a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, citada numa nota de imprensa divulgada esta quinta-feira. “Estas cidades estão a mostrar-nos o caminho para um futuro mais saudável.”

O projecto Cities Mission (“Missão das Cidades”, em português), que engloba esta iniciativa, vai receber 360 milhões de euros de fundos europeus destinados a cobrir acções nestes próximos dois anos, até ao final de 2023, que se traduzam nos primeiros passos em direcção à neutralidade carbónica até 2030. Ou seja, estas cidades “pioneiras” deverão aproximar-se o mais possível de conseguir que as emissões de gases com efeitos de estufa que ali se produzem sejam pelo menos iguais à quantidade desses gases que é absorvida de forma natural pelas florestas, pradarias marinhas e outros meios.

As três cidades portuguesas, à semelhança das restantes 97, vão ter de assinar um contrato com “um plano geral para a neutralidade climática atravessando todos os sectores, como a energia, edifícios, gestão de resíduos e transportes, em conjunto com projectos de investimento”, explica Bruxelas. Esse processo terá de envolver tanto as empresas como laboratórios de investigação e cidadãos.

As 100 localidades participantes no projecto foram escolhidas de um total de 377 que se candidataram a este programa e representam 12% da população da União Europeia.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.