Foto: Helena Geraldes

Macron quer que cimeira do G7 debata com urgência incêndios na Amazónia

“A nossa casa está a arder”, disse o Presidente francês, defendendo que os incêndios da floresta da Amazónia precisam de estar na agenda da cimeira do G7 que acontece este fim-de-semana em Biarritz.

A maior floresta tropical do planeta produz cerca de um quinto do oxigénio do mundo e 20% da água doce, segundo a organização World Wide Fund for Nature (WWF). É a casa de três milhões de espécies de plantas e animais e de um milhão de pessoas.

Ontem estavam activos cerca de 2.500 fogos na floresta Amazónia no Brasil. Mas o problema não é recente. Dados de satélite do Instituto Nacional para a Investigação Espacial (Inpe) mostram que este ano houve um aumento de 82% do número de incêndios no Brasil, a maioria na região da Amazónia.

Emmanuel Macron, o anfitrião da cimeira do G7 deste fim-de-semana, publicou um tweet revelando a sua preocupação: “A nossa casa está a arder. Literalmente”.

Os incêndios nesta floresta são, na sua opinião, uma questão que deve preocupar o mundo e que, por isso, deve ser debatida com urgência pelos sete países mais industrializados do mundo, o G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) já este fim-de-semana.

Ontem, Jair Bolsonaro, Presidente do Brasil, reagiu lamentando que o Presidente francês “procure instrumentalizar uma questão interna do Brasil” para “ganhos políticos pessoais”, citou o jornal O Globo.

Segundo Bolsonaro, “a sugestão do Presidente francês, de que assuntos amazónicos sejam discutidos no G7 sem a participação dos países da região, evoca a mentalidade colonialista descabida no século XXI”.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.